É evidentemente cedo para retirar conclusões, mas a trégua conseguida em Najaf parece tudo menos uma solução. As milícias de Al-Sadr retiraram, mas é evidente que mantêm armamento e capacidade operacional que o cessar das hostilidades e a retirada da força americana tenderão a reconstituir e reforçar.
Por outro lado o fiel do acordo, Al-Sistani é um clérigo xiita. Além disso, ficando Najaf e Kufra militarmente controlados por forças militares e policiais formalmente iraquianas, cabe perguntar o que essencialmente as definirá: se correspondem à recuperação de contingentes e comandos do exército de Saddam a que os americanos têm procedido, tenderão a pertencer essencialmente à minoria sunita, o que poderá assegurar maior eficiência nos bastiões xiitas, mas evidentemente aumentará a conflitualidade; se suceder o contrário e a maioria for de obediência xiita, então estarão mais próximos dos milicianos de Al-Sadr, podendo acabar a constituir-se um vector militar de grande significado sob a égide do complexo universo xiita de que Al-Sadr e Sistani fazem parte.
À medida que as eleições se aproximam, a margem de manobra de Bush face ao desastre iraquiano vai diminuindo. Além dos reconhecimentos dos «erros de previsão», apresentar resultados de «normalização» é um imperativo face ao eleitorado. O que não significa que as realidades a tanto correspondam. A prazo, podem revelar-se contraditórias - e é o que parece agora.