O debate de hoje, sobre “o futuro da União Europeia”, é a melhor demonstração de que as notícias da morte da grande coligação entre a direita e a social-democracia europeias eram manifestamente exageradas.
As forças responsáveis, desde sempre, pela condução de um processo de integração capitalista contrário aos interesses dos povos, perante o desastre que criaram, querem forçar uma fuga em frente.
Mesmo sem alterar os tratados – o que desejariam fazer mas não podem, porque os povos não o permitiriam – querem forçar alterações de enorme magnitude e não deixarão de ter profundas consequências.
Assumem sem rodeios a intenção de limitar ainda mais a soberania dos Estados, concentrando mais poder nas instâncias supranacionais controladas pelas grandes potências. Já nem se dão ao trabalho de disfarçar: exigem o fim da unanimidade e a criação de um ministro das finanças da UE. Para apertarem mais o garrote têm de concentrar mais poder.
Como noutros tempos, inventam inimigos externos para justificarem a deriva militarista, securitária, antidemocrática.
Falam do futuro mas, sem darem conta, já são passado. Um passado triste, que não deixará saudades.
O que esta discussão, mais uma vez, evidencia é que para salvar a Europa é preciso derrotar a UE.