Há um primeiro, fundamental e estrutural conflito de interesses na União Europeia: o conflito entre os interesses que a União Europeia defende - os interesses das grandes potências, dos grandes grupos económicos, do grande capital financeiro - e os interesses dos trabalhadores e dos povos da Europa.

Tudo o resto que aqui discutimos são expressões - revelações, se quiserem - desta realidade fundamental.

Sabe-se hoje, sem surpresa, que Barroso já trabalhava para a Goldman Sachs quando ainda era presidente da Comissão Europeia.

Como se sabe que Draghi continua trabalhando para a Goldman Sachs mesmo sendo presidente do Banco Central Europeu.

Mas o problema vai muito além da famosa “porta giratória”.

Toda a legislação da UE adoptada nos últimos anos pela União Europeia no domínio do sector financeiro, apenas para dar um exemplo, foi determinada pelos interesses dos grandes bancos e seguradoras.

Não há código de conduta capaz de alterar a natureza de classe deste processo de integração. Será a luta dos trabalhadores e dos povos a derrotá-lo e a contrapor-lhe a necessária alternativa. Em defesa dos seus interesses. De classe.