Relatório Coveney sobre o Relatório
anual relativo aos direitos humanos no mundo em 2004 e a política da
União Europeia em matéria de direitos humanos
Muito haveria a escrever sobre este relatório anual do Parlamento
Europeu que, à semelhança de anos anteriores, tem sido utilizado como
arma de pressão e ingerência política, onde se salvaguardam os países
ditos "amigos" e se criticam os "outros", aqueles países que os EUA e a
UE apontam como alvo.
Entre muitos exemplos, o relatório:
- branqueia a ocupação militar do Iraque pelos EUA e seus aliados. As
tropas de ocupação são eufemisticamente referidas como "forças
militares estacionadas no país"...;
- não condena o Governo
israelita pela ocupação militar da Palestina, nem pela construção do
muro, manifestando-se "preocupado" com a "barreira de
segurança/separação";
E:
- "condena" o levantamento de sanções a Cuba por parte do Conselho, alinhando com a política dos EUA face a este país;
- e, pasme-se, solicita ao Governo venezuelano que este garanta a
"liberdade de expressão e informação", quando a esmagadora maioria dos
órgãos de comunicação social neste país é controlada por forças que não
têm olhado a meios para conseguir subverter a democracia;
Apesar
de tudo, este ano o relatório apenas foi aprovado pela direita, sendo o
número de votos a favor muito inferior à soma das abstenções e
daqueles, que como nós, votaram contra.