Ilda Figueiredo começou por afirmar que neste momento se regista uma pressão muito forte do Conselho Europeu no sentido de alterações de fundo na legislação laboral até final desta legislatura, nomeadamente quanto à revisão para pior da Directiva do tempo de trabalho. Em Dezembro passado o plenário do PE rejeitou a posição do Conselho de tentar impor limites de 60 ou 65 horas, bem superiores ao actual máximo semanal de 48 horas de trabalho, o que se considera positivo e uma derrota do Conselho. Mas nessa ocasião a maioria na qual se incluem os deputados do PS, do PSD e do CDS, rejeitou também as nossas propostas, nomeadamente a que defende que o tempo inactivo mas em disponibilidade durante o período de trabalho, deve ser contado, para todos os efeitos, como tempo de trabalho efectivo e a nossa proposta de rejeição da Posição Comum do Conselho foi também rejeitada.
O que agora volta a estar em causa na negociação de hoje à noite no Comité de Conciliação, onde Ilda Figueiredo representa o Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia / Esquerda Verde Nórdica do Parlamento Europeu, é mais do que a simples regulamentação da organização do tempo de trabalho. Os trabalhadores e as suas organizações sindicais não devem descansar, uma vez que se for aprovada qualquer alteraçao à actual Directiva, isso constitui a desvalorização do trabalho e dos salários e será um ataque directo não só aos direitos dos trabalhadores e à contratação colectiva ,mas também aos sindicatos e ao seu papel na sociedade. Ilda Figueiredo considera que, apesar da importante vitória conseguida em Dezembro, não acabou a guerra contra as intenções do Conselho e contra os que se mostram disponíveis para aceitar algumas delas nas negociações em curso. Por isso, informou, manteremos a nossa rejeição da globalidade da Posição Comum do Conselho. A terminar Ilda Figueiredo apelou à vigilância dos trabalhadores e suas organizações sindicais e à continuação da luta contra a desvalorização do trabalho e na defesa da dignidade de quem trabalha.