A pretexto da crise do capitalismo, começam a surgir cada vez mais processos de chantagem dos trabalhadores, impondo-lhes condições que levem à perda de direitos adquiridos.

Exemplos significativos são os que envolvem o centro de produção de Mangualde da PSA/Peugeot-Citroen e a unidade de Cacia/Aveiro da Renault, ambos na área da indústria automóvel em Portugal. Nos dois casos, foram atribuídos elevados apoios financeiros comunitários e nacionais, visando a defesa do emprego e com a condição de criarem mais postos de trabalho.

No entanto, neste momento, a Administração da PSA/Peugeot-Citroen, em Mangualde, quer destruir direitos conquistados e consignados nas leis laborais, pressionando os trabalhadores a aceitar condições lesivas que afectam as suas vidas.

Na unidade da Renault, em Cacia, a administração decidiu reduzir a produção para este ano e prepara-se para não renovar contratos de trabalho a termo, apesar de se ter comprometido a aumentar o emprego em troca dos apoios públicos de milhões de euros, ainda há pouco anunciados pelo governo português.

Assim, além do protesto contra estas actuações, insisto na necessidade de exigir o respeito dos direitos laborais, designadamente quando há apoios públicos e fundos comunitários.