O Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português dirigiu ao Governo uma Pergunta sobre a diminuição de carreiras durante o mês de Agosto na Cidade de Lisboa. Um conjunto de carreiras sofreu significativos cortes na frequência e algumas foram mesmo extintas.
A resposta do Governo, além de insuficiente e pouco esclarecedora, assegurava que não seriam afectados utentes e que as novas carreiras se adaptavam na medida do necessário às exigências de utilização verificadas durante o mês de Agosto.
Todavia, tal como o PCP previra, a pretexto dos cortes de Agosto, algumas dessas carreiras não retomaram a periodicidade anterior.
Tendo em conta os aumentos dos preços dos transportes, torna-se ainda mais grave e injusta a perda acentuada de qualidade e a diminuição das frequências e mesmo o fim de carreiras.
A carreira 79, por exemplo, foi profundamente afectada pela política de corte da Carris, cada vez mais orientada para a obtenção de lucro ao invés de garantir um serviço público de qualidade.
Depois de ter sido diminuída a sua frequência no período de férias, a Carris anuncia agora a manutenção dos novos horários, através da mera afixação. A carreira 79 não se realiza agora aos sábados e domingos à tarde e viu a sua frequência diária diminuída de quatro para duas carreiras por hora. Como certamente reconhecerá o Governo, esta nova organização das carreiras prejudica a mobilidade da população dos Olivais, particularmente a mais idosa, e prejudica objectivamente o acesso a um conjunto de serviços, dos que podemos destacar os relativos à Saúde. Entenderá o Governo e a Carris que a população idosa dos Olivais não deve poder gozar do direito à mobilidade e do direito ao usufruto dos serviços que exijam deslocação em transporte público?
Também na freguesia da Ajuda se sente fortemente a política de ataque ao serviço de transporte público que deveria ser assegurado pela empresa Carris. As carreiras de eléctrico 18 e de autocarro 732 foram suprimidas durante sábados à tarde, domingos e feriados. A carreira de autocarro 760 foi encurtada no seu percurso, assim também sacrificando e prejudicando o direito da população da Ajuda à mobilidade e ao acesso a serviços de saúde ou mesmo penalizando a sua capacidade de deslocação para o respectivo emprego.
Assim, nos termos regimentais aplicáveis, solicito a V. Exca que solicite ao Governo, através do Ministério da Economia e do Emprego, resposta às seguintes perguntas:
1. Que motivos justificam as diminuições de periodicidade, encurtamentos e supressão de carreiras referidas no texto e que afectam, designadamente, as populações da Ajuda e dos Olivais?
2. Qual foi o parecer da Câmara Municipal de Lisboa perante as alterações aos horários agora
determinadas pela Carris?
3. Que medidas tomará o Governo para repor urgentemente a regularidade das carreiras referidas, assegurando um nível mínimo de qualidade no serviço de transportes na cidade de Lisboa?
4. Como encara o Governo a contradição frontal entre o aumento do preço das tarifas e títulos de transportes e a degradação paulatina da qualidade do serviço?
Pergunta ao Governo N.º 688/XII/1
Diminuição, encurtamento e extinção de carreiras da Carris, Lisboa
