Intervenção de Rita Rato na Assembleia de República

As dificuldades por que têm passado os cidadãos portugueses

Sr.ª Presidente,
Srs. Deputados,
O Sr. Deputado do PSD optou por fazer uma declaração política passando ao lado dos problemas da vida da juventude, que são também os problemas do País.
O Sr. Deputado optou deliberadamente por sacudir responsabilidades pelo agravamento da situação com que os jovens portugueses estão confrontados. Não quis falar aqui dos números e do retrocesso da pobreza infantil, de quantos abonos de família cortaram às crianças e aos jovens no nosso País; não quis falar aqui do desemprego e da alternativa que têm, que é a da precariedade e a do emprego muitos casos não remunerados, através de estágios profissionais.
O Sr. Deputado quis também fugir aqui à questão central da emigração. É importante relembrar que o Primeiro-Ministro deste País, assim que tomou posse, a primeira coisa que fez foi dizer aos jovens portugueses para emigrarem que não faziam cá falta, que emigrassem porque não queriam resolver os problemas dos jovens portugueses.
Portanto, convidaram os jovens portugueses a emigrar.
Ao longo destes quase quatro anos, o que este Governo PSD/CDS tem feito é querer roubar os sonhos à juventude portuguesa, é querer que os jovens aceitem que não podem ser felizes no seu País, é querer que os jovens aceitem, com comodismo, que não é possível e que não há alternativa a este caminho de destruição de direitos.
O que nós entendemos que o que é preciso é exatamente o contrário e que há condições para isso, haja vontade de romper com esta política.
É possível o ensino superior para aqueles que possam e queiram estudar no ensino superior, é possível o emprego com direitos e o combate à precariedade, é possível que esta geração, que é a mais qualificada de sempre, esteja a trabalhar para o desenvolvimento do País.
Para isso, é preciso outra coisa: a demissão deste Governo e uma política que cumpra os direitos da juventude, o direito à habitação, o direito à educação, o direito à cultura, o direito ao ensino superior e que, de uma vez por todas, este País aposte na juventude e, ao mesmo tempo, no progresso e no desenvolvimento económico e social.

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