Pergunta ao Governo N.º 274/XII/3

Dificuldades na Eleição do Diretor do Agrupamento de Escolas de Monção

Dificuldades na Eleição do Diretor do Agrupamento de Escolas de Monção

Chegou ao Grupo Parlamentar do PCP um conjunto de informações que dão conta das dificuldades na instalação dos órgãos de gestão do Agrupamento de Escolas de Monção.
O Agrupamento de Escolas de Monção nasceu do processo de constituição de mega agrupamentos iniciado pelo Governo PS e prosseguido pelo atual executivo PSD-CDS/PP, tendo resultado da agregação do Agrupamento de Escolas Deu-Ladeu Martins, Agrupamento de Vale do Mouro e da Escola Secundária de Monção.
Para assegurar a transição e a gestão deste agrupamento foi nomeada pela então Direção Regional de Educação do Norte uma Comissão Administrativa Provisória, assim como foi eleito um Conselho Geral Transitório.
Durante o período de transição compete ao Conselho Geral a elaboração e aprovação do regulamento interno, do relatório e contas e eleição do diretor do agrupamento.
Sucede que este processo deveria ter sido concluído em maio do corrente ano mas até ao momento não o foi. Acresce, de acordo com as informações que nos chegaram, que o Ministério da Educação terá interferido diretamente na nomeação da Comissão Administrativa Provisória, não respeitando a comunidade local, nem o Conselho Geral.
Segundo os dados enviados ao Grupo Parlamentar do PCP, o processo de eleição para o novo Conselho Geral e consequentemente do Diretor foi no mínimo conturbado, se não vejamos: O Ministério da Educação invalidou a eleição do Diretor alegando para tal a irregularidades no processo. Em face deste acontecimento, houve nova eleição, a qual foi, novamente, invalidada pelo ministério apesar de haver uma sentença do Tribunal administrativo de Braga que legitimava o processo.
Toda esta situação criou um clima de intranquilidade no Agrupamento de Escolas de Monção tendo já havido manifestação de alunos, encarregados de educação e professores que criticama Direção da Escola nomeada pelo Ministério da Educação. Tudo isto está a prejudicar seriamente a comunidade educativa.
O PCP entende que todo o processo de constituição de mega agrupamentos foi imposto de forma profundamente antidemocrática aos municípios e conselhos gerais das escolas, sem apresentação de qualquer justificação pedagógica que oriente esta medida e sem ter em conta a opinião e os interesses concretos das populações e dos projetos educativos de cada escola.
Entende também o PCP que a imposição de mega agrupamentos pelo Governo PSD/CDS obedeceu a critérios economicistas e programáticos, com o objetivo de subverter completamente do papel do Sistema Público de Ensino, fragilizando-o e criando o espaço para que, cada vez mais, progrida a marcha de gradual privatização do ensino a que já se assiste.
Para o PCP, a aglutinação e concentração dos recursos materiais e humanos das escolas acarretam custos sociais e pedagógicos absolutamente inaceitáveis, sacrificando a qualidade pedagógica e o sucesso real das aprendizagens em prol de objetivos meramente estatísticos e economicistas.
Por último, e, tendo em conta a realidade que acima se descreve, a constituição de mega agrupamentos visou permitir ao Governo intervir onde não tem legitimidade para tal.
Assim, ao abrigo das disposições legais e regimentais em vigor, solicito ao Governo, através do Ministério da Educação e Ciência, que me preste os seguintes esclarecimentos:
1.Que avaliação faz o Governo do facto de o Agrupamento de Escolas de Monção estar a funcionar sem o Concelho Geral e sem contas aprovadas?
2.O Que pensa o Ministério fazer para resolver esta situação?

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