Recentemente, a Confederação Europeia de Sindicatos advertiu para os pacotes salariais dos trabalhadores de seis Estados-membros, que são em média mais baixos do que há 10 anos.
De acordo com os dados apresentados, entre 2010 e 2019 os pacotes salariais ajustados à inflação (e incluindo contribuições para a Segurança Social e pagamentos de subsídios) desceram em média em seis Estados-membros (Grécia: -15%, Chipre: -7%, Croácia: -5%, Portugal e Espanha: -4%, Itália: -2%) e em três outros países os salários permaneceram basicamente congelados, mostrando que, em pelo menos nove Estados-membros, as condições salariais dos trabalhadores não melhoraram.
Os baixos salários são uma parte importante da explicação da pobreza de quem trabalha, a qual aumentou de 8,8% para 9,5% entre 2012 e 2018 na UE 28.
Face a estes dados, pergunto:
Está a Comissão Europeia disposta a inverter o sentido das suas recomendações e considerações, no âmbito da governação económica, sobre as políticas salariais dos Estados-membros e de abster-se de ameaçar os Estados-membros que promovam a valorização do trabalho e dos salários?
Qual a estratégia da Comissão Europeia para promover a valorização geral dos salários e erradicar a pobreza de quem trabalha?