Relatório Stubb sobre o Relatório Especial nº 5/2005 do
Tribunal de Contas Europeu relativo às despesas de interpretação incorridas
pelo Parlamento, pela Comissão e pelo Conselho
O respeito pelas línguas oficiais de cada
Estado-membro está consignado nos seus tratados, apesar disso, multiplicam-se
as tentativas de restringir o número de línguas de trabalho ao nível da UE,
sempre favorecendo as línguas dos países mais populosos, veja-se o recente
exemplo quanto ao "indicador europeu de competência linguística" que
integra apenas o inglês, o francês, o alemão, o espanhol e o italiano.
Apesar de considerar o "multilinguismo"
uma "componente-chave" da UE, o presente relatório está imbuído de
uma perspectiva restritiva orçamental que, através de argumentos
administrativos, poderá colocar em causa este direito consignado nos tratados.
Pelo que reafirmamos a nossa firme rejeição de
qualquer tentativa de limitar o uso de qualquer língua oficial (e de trabalho)
na UE com o argumento que as despesas de interpretação são elevadas.
Como criticamos os critérios que
determinam as línguas utilizadas durante as assembleias parlamentares UE-ACP
que inviabilizam de forma
discriminativa a utilização do português.
Assim como nos opomos a que a pretexto da redução
do orçamento se diminua o número de intérpretes no Parlamento, na Comissão e no
Conselho Europeu, se procure criar um serviço único de interpretação e se
ataquem os direitos destes profissionais no que respeita ao vínculo contratual,
horários e condições de trabalho.