Pergunta ao Governo N.º 19/XI/2

Despedimento colectivo na FMAC- Empresa Têxtil, SA- Esposende

Despedimento colectivo na FMAC- Empresa Têxtil, SA- Esposende

Em encontro com trabalhadores da FMAC, no dia 26 de Agosto, tomei conhecimento do despedimento colectivo de cerca de 110 trabalhadores dos 150 que operavam na Empresa até fins de Julho. A ilegalidade do despedimento é notória e a forma como foi dada informação aos trabalhadores denuncia um comportamento da Administração de má-fé, totalmente indecoroso. Os trabalhadores, que se encontravam a gozar férias, receberam cartas, emitidas a 24, com data de 5 de Agosto a comunicar-lhes o despedimento! Assinale-se, que os trabalhadores tinham ido de férias sem receberem o salário de Julho e o subsídio de férias, a que agora se junta o não pagamento do vencimento de Agosto. Foi com um despedimento “selvagem” que o Grupo Quintas e Costa reconheceu o labor e empenhamento dos trabalhadores, muitos com mais de 20 anos na FMAC, havendo os que nela trabalham desde a data da instalação da Empresa em 1986!
Refira-se que a ACT, delegação de Braga foi alertada em Julho, pelo Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, face ao atraso no pagamento dos salários de Junho.
A Empresa pertencente ao Grupo Quintas e Costa (que encerrou em 2009 no mesmo local a empresa têxtil CARFER) tinha aplicado o lay-off durante 6 meses (Junho/Dezembro 2009), ficou agora reduzida à unidade de fiação
com 40 trabalhadores.
Ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito ao Governo que, por intermédio do Ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento me sejam prestados os seguintes esclarecimentos
1.Porque razão, sendo do conhecimento da ACT/Ministério do Trabalho a instabilidade e as dificuldades económico-financeiras da Empresa, a que se acrescenta o lay-off de 2009 e o encerramento da CARFER, não foram tomadas medidas para evitar o desfecho agora verificado? Que razões são avançadas pela Empresa para o despedimento colectivo verificado? Vão ser feitos esforços para a manutenção dos postos de trabalho?
2.Fez a Empresa/Grupo Quintas e Costa alguma diligência junto de entidades públicas, como o IAPMEI/Ministério da Economia, no sentido de medidas/apoio a possível projecto de saneamento económico-financeiro e consequente viabilização da unidade empresarial?
3.Que medida vai o Governo tomar face à ilegalidade da decisão da Administração da Empresa? Como vão ser salvaguardados os direitos dos trabalhadores despedidos e o rápido pagamento das retribuições em atraso?
4.Quais as datas, valores e objectivos das ajudas públicas (nacionais e comunitárias) recebidas pelas empresas do Grupo Quintas e Costa, nomeadamente, a CARFER e a FMAC?

O Deputado,

Agostinho Lopes

  • Economia e Aparelho Produtivo
  • Trabalhadores
  • Assembleia da República
  • Perguntas ao Governo