Nos últimos três meses registou-se um agravamento das desigualdades, discriminações e violências que incidem sobre as mulheres. Dados divulgados recentemente em Portugal pelo Instituto Nacional de Estatística mostram uma situação preocupante sobre o desemprego: 90% dos empregos perdidos
em Março e Abril eram ocupados por mulheres e 38% eram de jovens até aos 24 anos. As mulheres, mais expostas a profundas injustiças e à perversidade da precariedade laboral, foram as mais afectadas pela perda de trabalho, tendo havido uma redução na taxa de emprego das mulheres de 1,9% e de 0,2% na dos homens.
São necessárias medidas extraordinárias que travem a degradação das condições de vida de todos os trabalhadores, em particular das mulheres trabalhadoras, ainda mais vulneráveis à pobreza e exclusão social.
Pergunto:
1) Que elementos dispõe desta situação nos restantes Estados-Membros?
2) Que medidas extraordinárias estão a ser implementadas para apoiar os Estados-Membros, nomeadamente em Portugal no apoio à recuperação do posto de trabalho, combatendo a precariedade e promovendo o emprego com direitos e valorização salarial?
3) Está disponível a Comissão para rever todas as políticas e recomendações que recorrentemente tem emitido, nomeadamente no âmbito do Semestre Europeu para países como Portugal, que legitimam e promovem a precariedade laboral, os baixos salários e a desregulação dos horários?