Intervenção de Bernardino Soares na Assembleia de República

Desafio aos partidos da maioria governamental a esclarecer quais são as medidas que vão substituir a relativa à taxa social única

Sr.ª Presidente,
Sr. Deputado Luís Fazenda,
Queria saudá-lo pela sua intervenção, uma intervenção sobre este «segredo de polichinelo» do que vai acontecer, quando já sabemos — e o Sr. Deputado disse-o — que o que vai acontecer é que o Governo vai querer tirar aos mesmos do costume e, se não rouba do bolso direito, rouba do bolso esquerdo, mas a proveniência é exatamente a mesma.
Queria também salientar que, pelo segundo dia consecutivo, as declarações políticas que foram feitas — ontem, pelo PCP e hoje, pelo Bloco de Esquerda —, de crítica ao Governo, não mereceram nenhuma defesa do Governo por parte da maioria. E isto não é um sinal de sobranceria ou de qualquer arrogância — isso seria errado —, é um sinal de fraqueza, é um sinal em que, na maioria, já ninguém pede a palavra para defender o Governo dos ataques dos partidos da oposição que consequentemente têm denunciado a gravidade desta política.
Não é um silêncio de inocentes, é um silêncio de culpados!
Culpados pela situação em que estamos e que não querem, agora, dar a cara para defender o caminho por onde nos querem levar!
Sr. Deputado Luís Fazenda, ainda não sabemos qual é o mecanismo que vai continuar a roubar, aos portugueses, aos trabalhadores, aquilo que é deles por direito, enquanto outros continuam a beneficiar de luxuosos benefícios.
Mas há um outro mecanismo sobre o qual, hoje, já tivemos notícias do Conselho de Ministros: o País vai ter de orçamentar 2000 milhões de euros para transferir para o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira. Vejam bem! Afinal, há dinheiro para algumas coisas!… Provavelmente, o dinheiro que vai ser retirado dos salários e das reformas dos trabalhadores!!

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