Exmo. Senhor Presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli
Exma. Senhora Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen
Exmo. Senhor Diretor Geral da DG PERS, Kristian Knudsen
Exmo. Senhor Diretor Geral da DG SAFE, Elio Carozza
Exma. Senhora Diretora Geral da DG LINC, Agnieszka Walter-Drop
Exma. Senhora Diretora Geral da DG INLO - Infrastructure and Logistics, Leena Maria Linnus
Nos últimos dias têm chegado ao nosso conhecimento situações graves de falta de solidariedade por parte das instituições europeias face aos seus trabalhadores e desrespeito de direitos. Numa hora em que as principais prioridades devem ser combater o surto de Covid-19 e proteger os trabalhadores, as instituições europeias deveriam ser as primeiras a dar o exemplo na proteção dos seus trabalhadores, sejam os seus funcionários diretos, sejam subcontratados ou trabalhadores por conta própria, que dependem do trabalho prestado às instituições. Consideramos que o surto não pode ser desculpa para atacar os trabalhadores, os seus direitos e as suas condições laborais, nem nas instituições europeias nem em qualquer outro local de trabalho.
No atual contexto, preocupam-nos situações como:
- a situação dos Assistentes Parlamentares Acreditados (APAs) que, com o aval do deputado responsável, se deslocaram ao seu país, tendo sido depois impedidos de regressar a Bruxelas, continuando as suas funções em teletrabalho, tal como os que ficaram em Bruxelas. O seu desempenho não diminui por não estarem em Bruxelas, as suas despesas também não (mantêm a casa e as contas têm de ser pagas) e, por isso, o salário não pode diminuir.
- A situação de outros funcionários que estejam na mesma situação dos APAs (por exemplo, tradutores ou intérpretes) que, por algum motivo tiveram de sair de Bruxelas (neste momento particular, todos temos familiares, filhos, pais, que precisam do nosso apoio e acompanhamento), continuam em teletrabalho e, por isso, parece injustificável o corte do salário.
- A situação de trabalhadores que, não sendo funcionários do Parlamento, só trabalham para as instituições europeias, como é o caso dos intérpretes freelance (AIC, do inglês, Auxiliary Conference Interpreters), e que, com os seus contratos cancelados depois de terem trabalho já marcado (e orçamentado) para 2020, se encontram numa circunstância sem qualquer perspetiva de trabalho e de sustento, sabendo nós que são trabalhadores essenciais para as instituições europeias que não podem passar sem eles. Esta situação é tanto mais inaceitável quanto, continuando as instituições em funcionamento, estão a ser sentidas restrições nos serviços de tradução e interpretação que configuram um claro desrespeito pelo princípio do multilinguismo.
- A situação dos trabalhadores subcontratados, que exercem funções permanentes e indispensáveis nas instituições europeias seja nas limpezas, nos bares, restaurantes e cantinas, seja na segurança, que estão em situação de layoff com perda significativa dos seus rendimentos.
Apelamos a uma solução justa, pragmática e solidária para a proteção efetiva de todos os trabalhadores das instituições europeias, que respeite os seus direitos, sobretudo neste momento em que ficariam particularmente expostos, solução essa que tem de passar pela manutenção do seu salário completo, no caso dos funcionários, e pela revogação da decisão tomada relativamente aos AICs e aos trabalhadores subcontratados, procurando-se respostas que protejam estes trabalhadores.
Sandra Pereira, MEP
João Ferreira, MEP
Alexis Georgoulis, MEP
Alviina Alametsä, MEP
Andrus Ansip, MEP
Andreas Schieder, MEP
Bernard Guetta, MEP
Clare Daly, MEP
Francisco Guerreiro, MEP
Helmut Scholz, MEP
Idoia Villanueva Ruiz, MEP
Kateřina Konecna, MEP
Kim van Sparrentak, MEP
Kira Marie Peter-Hansen, MEP
Malin Bjork, MEP
Manu Pineda, MEP
Manon Aubry, MEP
Manuel Bompard, MEP
Marc Botenga, MEP
Maria Eugenia Rodriguez Palop, MEP
Maria Grapini, MEP
Marie Toussaint, MEP
Maria Walsh, MEP
Mick Wallace, MEP
Miguel Urban Crespo, MEP
Oezlem Demirel, MEP
Petar Vitanov, MEP
Romana Tomc, MEP
Salima Yenbou, MEP
Sira Rego, MEP
Svenja Hahn, MEP
Sylwia Spurek, MEP