A convite do Partido Comunista Português, e antecedendo a abertura da Festa do «Avante!», realizou-se no dia 2 de Setembro em Almada um Encontro Internacional com o tema «60 anos depois da vitória sobre o nazi-fascismo, realidades actuais e lutas dos comunistas e outras forças progressistas» em que participaram várias delegações de partidos convidados para a Festa do órgão central do PCP.
Tendo como pano de fundo a evocação da Vitória e a grande actualidade do seu significado histórico, procedeu-se neste encontro a um útil intercâmbio de informações e opiniões sobre a situação nos diferentes países e as tarefas dos respectivos partidos e sobre questões de actualidade internacional.
Foi particularmente sublinhada a importância da luta contra as tentativas de manipulação e reescrita da história da 2ª Guerra Mundial com o objectivo de branquear os monstruosos crimes do fascismo, iludir o apoio que lhe foi dado pelo grande capital, diminuir a contribuição determinante dos povos da URSS e do Exército Vermelho para a derrota do nazi-fascismo e apagar o papel dos comunistas e demais antifascistas na Resistência e nos avanços libertadores possibilitados pela Vitória.
Perante as ameaças e perigos da actual situação internacional, resultantes da ofensiva exploradora e agressiva do grande capital e do imperialismo e do sistemático recurso dos EUA à guerra para impor os seus interesses e a sua hegemonia planetária, a defesa e a reposição da verdade histórica, especialmente junto das novas gerações, é do maior valor para a luta pelo progresso social, a soberania dos povos e a paz mundial.
Numerosas intervenções destacaram a necessidade de, no respeito pelas diferenças de situação e opinião de cada partido, persistir nos esforços para a acção comum ou convergente dos partidos comunistas e demais forças progressistas no combate às políticas neoliberais destruidoras de direitos e conquistas sociais, na denúncia da ofensiva securitária que põe em causa liberdades e direitos democráticos fundamentais, na luta contra o militarismo, o racismo e a guerra.
Foi expressa a solidariedade com todos os povos que enfrentam as ingerências e ameaças do imperialismo e lutam pelo direito a decidirem do seu próprio destino. A exigência da retirada das forças ocupantes do Iraque, o apoio à luta do povo palestiniano contra os sinistros projectos de Israel e pelo seu Estado soberano foram particularmente sublinhados, como o foi também a solidariedade com Cuba socialista. Entre muitas outras questões foi valorizado o significado do «Não» francês e holandês ao chamado «Tratado Constitucional» e alertado para os perigos que os propósitos destrutivos dos EUA fazem correr à próxima Cimeira da ONU.
Foi valorizada a resistência que por todo o mundo se verifica em relação ao neoliberalismo e a guerra e sublinhada a importância do reforço da cooperação e da solidariedade internacionalista de todas as forças do progresso e da paz.