É na América Latina que se dão hoje alguns dos mais interessantes e entusiasmantes processos de transformação social em curso no mundo.
Rompendo com o neoliberalismo reinante durante décadas na região, com as receitas de ajustamentos estruturais do FMI e com as suas dramáticas consequências, dão-se passos, em vários países, no sentido do progresso e da justiça social.
As taxas de crescimento económico são razoáveis, mesmo em face da crise mundial, as desigualdades sociais diminuem, avança-se no campo dos direitos sociais - um caminho de sentido inverso ao que por cá se segue.
Mas persistem, como não podia deixar de ser, carências e factores de atraso que não podem ser ignorados.
Este cenário coloca novas exigências e desafios no campo da cooperação para o desenvolvimento.
Como vários países da região têm vindo a assinalar, é tempo de uma reorientação das políticas de cooperação da UE. Passando de uma visão assistencialista, assente num certo paternalismo e muitas vezes de aberta ingerência, visando a imposição de modelos políticos e económicos, para um maior apoio e cooperação em áreas como o ensino, a ciência e a tecnologia, respeitando a soberania e as legítimas opções dos povos da região.