Para o Comissário Mandelson, que dirige em nome do Conselho e da Comissão as negociações do denominado "ciclo de Doha" na OMC, as ambições quanto à liberalização do comércio internacional mantém-se intactas, apesar da redução das expectativas quanto às conclusões da Cimeira de Hong-Kong.
As ambições que o comissário expressa - aliás, inscritas no mandato de negociação -, são as mesmas que as confederações do grande patronato, pela enésima vez, expressaram na sua declaração de 21 de Novembro: maior liberalização na agricultura, no acesso ao mercado de produtos industriais e nos serviços, e a garantia da conclusão da ronda de negociações até ao final de 2006. Liberalização que, como denuncia o último relatório do PNUD, tem aumentado as desigualdades.
O que pretendem é o controlo do comércio internacional no quadro da concorrência capitalista, onde os grandes grupos económico-financeiros controlariam a economia dos Estados, a sua agricultura, a produção industrial, os serviços e os recursos naturais.
A realidade, resultante da ofensiva do capitalismo, é dramática e inaceitável. Exige uma nova ordem internacional baseada na cooperação, na solidariedade e no desenvolvimento, no respeito da soberania da cada Estado, no seu direito de dar resposta às necessidades do seu povo e de gerir os seus recursos.