Votamos contra a resolução comum apresentada porque não podemos aceitar que ainda se procure negar o óbvio - as graves consequências na saúde das populações das zonas atingidas pela utilização de armamento com urânio empobrecido. Desde o início da era nuclear, por altura da segunda guerra mundial, são bens conhecidos os riscos e as precauções em lidar com o urânio e outras substâncias radioactivas por ser um elemento altamente tóxico (química e radiologicamente tóxico) quando inalado ou ingerido, e também geneticamente perigoso.
A utilização deste tipo de armas pelos EUA e outros países da NATO durante a guerra do Golfo, na Bósnia e Kosovo provocaram já a morte de muitos militares, o sofrimento e a morte de habitantes das regiões bombardeadas e a poluição do ambiente das zonas atingidas com consequências a médio e longo prazo que vão afectar não apenas as gerações presentes, mas também as gerações futuras, o que é proibido pela Convenção de Genebra, e torna claro que não há "guerras limpas".
Assim, perante a dimensão do crime cometido contra populações civis inteiras, é urgente investigar, avaliar e condenar os altos responsáveis por esta actuação criminosa contra a humanidade e, desde já, interditar o fabrico, os ensaios, a utilização e a venda deste tipo de armas com urânio empobrecido, e não apenas aprovar uma moratória.