A situação e perspectivas dos jovens agricultores depende muito da própria situação e perspectiva da agricultura na UE. Ora, como é conhecido, a agricultura e o mundo rural encontram-se em declínio, para o que muito tem contribuído a política agrícola comum, que promove a concentração das terras, a intensificação produtiva, a progressiva verticalização das produções agrícolas, com consequências na desertificação e despovoamento rural, como o provam o declínio no emprego e nas explorações de cerca de 22% e 20% respectivamente, desde 1990.
Os jovens agricultores representam a renovação das explorações agrícolas e são essenciais para garantir o futuro da agricultura nas diversas regiões da UE. O declínio, na última década, de 28% de explorações agrícolas com agricultores com menos de 35 anos prova as perspectivas negativas existentes.
São, pois, essenciais, medidas especiais de apoio comunitário aos jovens agricultores, embora o problema fundamental resida na necessidade de uma mudança de fundo da PAC. O relatório Parish, com o qual, de uma forma geral, concordo, apesar da sua dispersão, não insiste, no entanto, nas necessárias mudanças de política. Joga com o quadro existente. Contudo, três alterações que apresentei, e que considero importantes, foram aprovadas, designadamente:
- a necessidade de apostar numa produção agrícola sustentável e de qualidade, que contribua para produtos seguros e de alto valor acrescentado, passando pelo apoio à agricultura biológica, o apoio às raças autóctones e o reforço das denominações de origem e a criação de mecanismos de apoio aos produtos regionais de particular qualidade; - o reforço das verbas do desenvolvimento rural e dos fundos estruturais para apoiar e criar amplas redes de serviços públicos, criar infra-estruturas e dinamizar os mercados locais ao nível do mundo rural; - a necessidade de simplificar e agrupar a legislação referente aos jovens agricultores.