A nossa abstenção neste relatório sobre a situação no Iraque resulta, no fundamental, das contradições que este mantém, destacando-se duas razões principais:A primeira, refere-se a alguns aspectos positivos do relatório, designadamente o apoio à decisão do levantamento das sanções ao Iraque, excepto o embargo das armas, embora numa formulação mitigada. Mas a situação dramática que ali se vive implica que se reunam todas as vontades para pôr fim às sanções económicas e comerciais, por razões humanitárias.A segunda, tem a ver com os aspectos negativos, revelando a dificuldade da União Europeia se libertar da dependência relativamente aos interesses americanos, de que é exemplo a rejeição pelo plenário das emendas que apresentámos, designadamente, a proposta de realização de um inquérito internacional relativo às consequências sanitárias e ambientais dos bombardeamentos americanos e britânicos em 1991, nomeadamente devido à utilização de armas com uránio empobrecido. Igualmente negativo é a não condenação clara dos bombardeamentos de que periodicamente o Iraque continua a ser vítima.