O direito dos consumidores a serem informados do tipo de produtos que vão comprar não pode ser posto em causa por interesses de multinacionais que querem iludir a utilização de OGM na produção agrícola e alimentar.Daí que seja importante que o limite de 1% proposto pela Comissão para a não existência de rotulagem deva ser reduzido e, mesmo, eliminado, tendo em conta que o limiar proposto deixará sem rotulagem um conjunto importante de produtos processados e derivados de OGM. O relatório é, pois, um passo positivo, com as salvaguardas que introduz, o que justifica a oposição da própria indústria e dos EUA, tornando-se estrategicamente importante a sua aprovação, não só para a União Europeia, mas também na sua contribuição para a não disseminação de OGM nos países em vias de desenvolvimento e menos desenvolvidos. Lamentáveis foram as propostas do PPE.Claro que neste momento trata-se de evitar o pior, dado que o essencial era manter a moratória sobre novas autorizações no domínio dos OGM, pois, como se sabe, estas impedem uma opção no futuro, por serem um passo sem retorno com consequências imprevisíveis nas áreas ambiental, económica, para a saúde humana e animal, pelo que é fundamental o princípio da precaução.