O surto de febre aftosa, em seguimento da crise das "vacas loucas", vem acentuar a crise dos sector de produção animal, penalizando os agricultores e fazendo aumentar o grau de desconfiança da população sobre a segurança dos produtos agrícolas. A liberalização das trocas agrícolas e a livre circulação de mercadorias veio aumentar o risco e a propagação de doenças animais com uma PAC que, em nome da competitividade e da constante baixa dos preços, tem promovido a concentração, intensificação e centralização da produção.No actual contexto, os mais penalizados têm sido os produtores sem que haja as necessárias ajudas de compensação ou as medidas de contenção adequadas em relação, desta vez, à febre aftosa. Por isso, propusemos a criação de uma linha orçamental especifica, no orçamento da UE, para apoiar os agricultores e medidas de erradicação de doenças animais, dada a crise alimentar, sanitária e veterinária.Com o alastramento da doença, faz sentido a suspensão temporária da circulação animal entre Estados-membros e um aumento dos controlos à carne comercializada, sendo de lamentar que o último Conselho Agrícola não tenha tomado uma opção nesta matéria.Mas, para além de medidas de curto prazo, necessitamos de uma outra política agrícola, que proteja a produção e apoie a modificação dos métodos de produção. Uma política que promova a qualidade e a segurança alimentar de acordo com o princípio da precaução. Uma agricultura sustentável, que promova as especificidades regionais e a diversificação dos apoios aos produtos agrícolas, tendo em conta os diferentes níveis de desenvolvimento agrícola. Uma agricultura que contribua para a coesão económica e social e que tenha uma forte base na agricultura familiar e nos pequenos e médios agricultores.