Declarações do Conselho e da Comissão - Conselho Europeu (Bruxelas, 15 e 16 de Junho de 2006) - Declaração escrita de Ilda Figueiredo no PE

As declarações da Comissão e do Conselho provam que o próximo Conselho
Europeu vai continuar a deixar de fora as medidas que se impunham para alterar
aquilo que o Presidente Barroso considerou ser a "crisofilia"
europeia, revelando que não querem compreender as causas das críticas dos
cidadãos dos diversos Estados-Membros. Escamoteiam que a principal razão do
descontentamento reside na crise social que se vive, e que a proposta de
conclusões do Conselho trata apenas marginalmente, remetendo para um relatório
a apresentar antes de Março de 2007. O que lhe interessa é avançar com as
liberalizações, a directiva da criação do mercado interno dos serviços, a
política comum de energia.

A prioridade das prioridades, que o documento das Conclusões ainda omite,
mas que foi o tema fundamental e praticamente exclusivo da intervenção do
Presidente da Comissão, é a questão constitucional. Insistiu no que a Comissão
considera que se perde por não ter avançado o processo, esquecendo que foi o
funcionamento da democracia que levou à recusa da dita constituição europeia
pelos povos da França e da Holanda, o que deveria ser respeitado pelas
instituições comunitárias.

Ao anunciar novas formas de propaganda, incluindo a proposta de uma
Declaração sobre a Europa política, a apresentar no próximo ano, para
assinatura por todas as instituições comunitárias, apenas está a prosseguir um
caminho que não responde aos problemas existentes.

 

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