A declaração que Durão Barroso acaba de fazer como Presidente indigitado da Comissão é uma reafirmação dos pilares fundamentais da União Europeia que conhecemos, de uma integração europeia capitalista, federalista e militarista que os Tratados de Maastricht e de Nice consagraram e que o projecto de Tratado de Lisboa quer aprofundar.
Se dúvidas existissem, aí estão as suas afirmações sobre a importância do projecto de Tratado de Lisboa, na continuação, aliás, das pressões anti-democráticas dos líderes europeus, e que também acompanhou, sobre o povo da Irlanda, o qual é obrigado a novo referendo, a realizar no próximo dia 2 de Outubro.
Mesmo que, agora, tente prometer alguns remendos nos graves atentados aos direitos sociais e laborais que a Comissão Europeia, de que ainda é Presidente, levou a cabo no mandato anterior, nunca foi ao fundo das questões nem às causas da actual crise do capitalismo que estamos a viver. Na prática, o que pretende é continuar a mesma política que dá prioridade à livre concorrência, ao militarismo e aos interesses dos grupos económicos e financeiros, designadamente dos países mais poderosos, como foi evidente quando afirmou que " somos os campeões da globalização".