A liberalização do comércio mundial tem como consequência significativas perdas de emprego e a degradação da situação social em várias regiões e países, como Portugal, mais dependentes de determinados sectores produtivos, como seja, por exemplo, o têxtil e vestuário. Situação que no actual contexto de profunda crise económica e social, exige um outro rumo.
A adopção de regras sobre a denominação de origem poderá contribuir para a valorização da produção nos diferentes Estados-Membros. Mas é necessário muito mais.
É necessário defender os sectores produtivos através de um conjunto de medidas de urgência mais amplas e efectivas, entre as quais:
- A implementação de mecanismos de defesa e salvaguarda face a exportações agressivas, dando prioridade à produção local.
- A ruptura com o modelo baseado em baixos salários, baixas qualificações e precariedade do emprego.
- A existência de instrumentos públicos de controlo da produção e de regulação dos mercados, que garantam a defesa do princípio da soberania e segurança alimentares.
- Um combate eficaz à deslocalização de empresas.
A defesa do direito de cada país a produzir, de forma sustentável, constitui uma exigência de futuro. Em nome de uma nova racionalidade económica, social, energética e ambiental, que o modelo neoliberal não só não garante, como inviabiliza.