Intervenção de Miguel Viegas no Parlamento Europeu

Debate sobre o Semestre Europeu para a coordenação das políticas económicas: aplicação das prioridades para 2015

O semestre europeu que operacionaliza a governação económica e representa por isso a verdadeira arma de submissão dos estados nacionais ao credo neoliberal, não só não resolve nada como agrava os problemas económicos e sociais. Em Portugal, a consolidação orçamental gerou mais desemprego, mais pobreza, mais desigualdades sociais e uma dívida pública nunca vista na história da nossa democracia. Mas também a Europa, como 25 milhões de desempregados e 120 milhões de pobres não avança apesar dos milhares de milhões de euros do BCE injectados no sistema financeiro.

O Fundo Europeu de Investimentos Estratégicos, o documento dos cinco presidentes ou ainda a intenção de alinhar o calendário do semestre europeu são apenas manobras dilatórias destinadas evitar o confronta com a realidade. A governação económica promove um enquadramento macroeconómica incompatível com qualquer política de relançamento económico. Repare-se no exemplo finlandês, outrora um modelo de virtudes no que toda à disciplina orçamental, mas que não escapou à recessão e acabou também por furar o limite do défice.

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