O programa anti-social da Presidência sueca do Conselho da União Europeia constitui uma peça perigosa do aprofundamento das políticas neoliberais, reflectindo uma autêntica fuga para a frente dos líderes do capitalismo na União Europeia, esquecendo que as suas políticas são a principal causa da crise económica e social.
Embora na apresentação do programa a Presidência sueca se tenha referido às pessoas e aos problemas do desemprego, não apontou uma única medida para alterar as políticas existentes que causaram esses problemas. Pelo contrário. Deu particular destaque às políticas da livre concorrência nas mais diversas áreas, incluindo nos serviços e no comércio externo, e apostou tudo na recuperação dos mercados financeiros, na retoma dos ditos paradigmas do Pacto de Estabilidade, na defesa do neoliberalismo, do que, certamente irão resultar novos ataques aos direitos sociais e laborais.
Também não esqueceu a insistência em novo referendo na Irlanda sobre o projecto de tratado de Lisboa, já marcado para 2 de Outubro, persistindo na chantagem sobre o povo irlandês, para avançarem mais rapidamente na destruição de serviços públicos, na redução de direitos sociais, incluindo nas áreas da segurança social, saúde, água, protecção social e dos direitos dos trabalhadores, não sendo difícil adivinhar que se perspectivam novas propostas de directivas que tentem retomar linhas de propostas que foram rejeitadas na anterior legislatura.