À semelhança do que já fez com outros países que abrem um caminho de afirmação e defesa da sua soberania e independência nacionais - isto é, do direito de decidir do seu presente e futuro -, que impulsiona um projecto de emancipação e de progresso social, e de solidariedade com os povos do mundo, o Parlamento Europeu protagoniza mais uma inaceitável e desprezível operação de ingerência, desta vez, relativamente à Nicarágua.
Este debate e resolução apenas tem como objectivo apoiar descaradamente aqueles que alimentam e promovem um processo de interferência e de tentativa de desestabilização de um Estado democrático e soberano, como é a Nicarágua.
Em vez de, adulterando a realidade e os factos, ilegitimamente dar conspiradoras lições de "democracia" à Nicarágua, o Parlamento Europeu devia era denunciar a operação antidemocrática da União Europeia de impor uma proposta de tratado europeu já rejeitada, desrespeitando profundamente a decisão democrática e soberanamente expressa pelos povos francês, holandês e irlandês.
Em vez de se intrometer no que só ao povo nicaraguense cabe decidir, o Parlamento Europeu devia era ter rejeitado a desumana "directiva de retorno", que viola direitos humanos dos imigrantes, muitos deles oriundos da América Latina, e denunciar a cumplicidade da União Europeia com os criminosos voos da CIA.
Em vez de seguir as manobras de ingerência dos EUA, o Parlamento Europeu devia era denunciar a inaceitável chantagem da União Europeia à Nicarágua e exigir o cumprimento dos compromissos assumidos com este País.
O que verdadeiramente incomoda os promotores da presente iniciativa é que a Nicarágua está determinada a melhorar as condições de vida do seu povo (na alimentação, na saúde, na educação), apoiando a população mais desfavorecida.
A melhor denúncia desta manobra de ingerência do Parlamento Europeu é o real reconhecimento e a solidariedade dos povos da América Latina para com a Nicarágua.
Por isso, e uma vez mais, deixem de ter a pretensão que podem dar lições ao mundo...