Intervenção

Debate sobre liberdade e segurança<br />Intervenção de Pedro Guerreiro

Na sequência dos brutais atentados em Londres, que vivamente condenámos - assim como condenamos inequivocamente todas as formas de terrorismo, incluindo o terrorismo de estado -, e com o seu pretexto, verifica-se uma nova ofensiva ao nível da UE no sentido de justificar novas e inadmissíveis violações de direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, ao mesmo tempo que se escamoteia deliberadamente, por exemplo, como a política de agressão e ocupação militar no Iraque, Palestina ou Afeganistão, são em si factores que alimentam o terrorismo.

Entre outras medidas, é novamente avançada a proposta, desproporcionada e de mais que questionável eficácia, do controlo e retenção de dados e informações recolhidas das comunicações telefónicas e correio electrónico, numa base de dados europeia, e que, tudo indica, se efectuará sem qualquer controlo.

A realidade evidencia que, ao invés do que se apregoa, a ofensiva securitária, face aos objectivos que proclama, tem sido um fracasso, tendo sobretudo colocado em causa direitos e garantias dos cidadãos.

Em nome desta ofensiva securitária foi brutalmente e inaceitavelmente assassinado, por forças policiais britânicas - aplicando a sua política de atirar primeiro e perguntar depois -, Jean Charles Menezes, cidadão brasileiro que se deslocava para o seu local de trabalho, em Londres.

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