Já sabemos que aprofundamento do mercado interno significa mais liberalizações e, em seguida, maior concentração monopolista a favor dos maiores grupos económicos dos países mais desenvolvidos da União europeia.
Queremos aqui tornar clara a nossa oposição a este caminho em áreas que são estratégicas para o desenvolvimento económico e social, designadamente nos países da periferia, como são as questões da energia.
Mas o mais grave é que tudo aquilo que aqui foi referido pelo Conselho e pela Comissão, incluindo sobre o reforço da dita governação económica, ignora a realidade dos problemas sociais, o agravamento das desigualdades, do desemprego, da exclusão social, da pobreza energética, que cresce exponencialmente nalguns países, com o aumento dos preços da electricidade e dos combustíveis.
As políticas económicas e as políticas energéticas deviam ter um objectivo central: o progresso social, a melhoria das condições de vida dos nossos povos. Mas o que se passa é o contrário.
Por isso, aqui fica a indignação que vemos crescer nas ruas em muitos dos nossos países da União Europeia e agora da Tunísia e do Egipto, a cujos povos enviamos a nossa solidariedade, exigindo, designadamente do Conselho, que tome uma posição clara sobre tudo isto, no respeito pelos seus direitos.