Declaração de Duarte Alves, Deputada do PCP à Assembleia da República

Dados do INE confirmam não haver razões para travar o aumento geral dos salários e pensões

Dados do INE confirmam não haver razões para travar o aumento geral dos salários e pensões

Os dados divulgados pelo INE, designadamente em torno da inflacção e do crescimento económico, confirmam como, o PCP tem sublinhado, que não existem razões para que não se proceda a um aumento geral dos salários e das pensões, visando a recuperação do poder de compra perdido, a dinamização do mercado interno e uma mais justa distribuição da riqueza.

Em relação à inflacção, o que é relevante é que os preços continuam a subir ou contrário do que sugere uma leitura mais superficial em torno da chamada “desaceleração” da inflacção. Ou seja, com um crescimento de preços em termos homólogos de 4% (Maio), o País muito dificilmente não terá no final do ano uma inflacção anual superior a 5%, que se somará aos cerca de 8% já verificados em 2022, confirmando um empobrecimento da esmagadora maioria da população.    

Em relação à evolução do PIB, o dado mais significativo é a progressiva desaceleração do crescimento económico verificada ao longo dos últimos meses e que é inseparável da contracção do mercado interno e da quebra do investimento público e privado. O crescimento verificado no plano das exportações, designadamente do turismo, podendo contrariar a tendência mais geral no sentido da estagnação económica, não ilude as fragilidades estruturais da economia portuguesa, nem assegura, de forma sustentada, níveis de crescimento e de desenvolvimento que o País precisa.

Os dados divulgados confirmam de que o país dispõe de todas as condições para melhorar a vida dos trabalhadores e do Povo português e que tal só não acontece pela submissão do Governo PS, em convergência com PSD, CDS Chega e IL, aos interesses dos grupos económicos.

O PCP reafirma que, para além da emergência nacional que constitui o aumento dos salários e das pensões, o País deve bater-se contra a política do BCE de agravamento das taxas de juro. Impõe-se ainda a regulação e redução dos preços dos bens e serviços essenciais, a valorização dos serviços públicos, a defesa da produção nacional, a promoção de uma justa política fiscal e o combate à especulação.

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