É inquietante mas, ao mesmo tempo, esclarecedor o debate que hoje aqui estamos a ter.
Os mesmos senhores que vêm defendendo um cortejo de ataques aos trabalhadores e aos povos da Europa, em nome dos défices e das dívidas; ataques que vão dos cortes salariais aos ditos "ajustamentos", que visam acabar com os sistemas públicos de saúde, educação e segurança social, tal como os conhecemos, (estes mesmos senhores, dizia) vêm afirmar agora, sem rodeios, que é preciso desenvolver as "capacidades militares" da União Europeia, garantindo que as restrições orçamentais não afectam as despesas militares.
Defendem mesmo um "novo impulso" nessas despesas, como já tinha sucedido no Conselho Europeu de há um ano. Um novo impulso à "cooperação com a NATO", à Agência Europeia de Defesa, à I&D no domínio militar, à indústria da guerra. Aliás, em linha com o que preconiza o Tratado de Lisboa.
São novas campainhas de alarme que soam! E que mostram a natureza agressiva e perigosa de um sistema capitalista em crise agonizante.
E que mostram também que a luta contra as políticas anti-sociais da UE e a luta pela Paz devem andar - têm de andar! - de mãos dadas!