Como sabemos, este relatório tinha como objectivo tirar conclusões e formular recomendações sobre medidas a serem tomadas em relação à crise financeira, económica e social. Mas, lamentavelmente, o relatório mantém muitas contradições, afirmando num lado o que é posto em causa nas propostas seguintes, designadamente quando insiste no aprofundamento da integração comunitária.
Como a realidade está a demonstrar, a integração capitalista está a gerar enormes desigualdades e graves problemas sociais, pois assenta em medidas alicerçadas nas políticas neoliberais do reforçado Pacto de Estabilidade e Pacto para o euro mais, na chamada governação económica e na Estratégia 2020, acompanhadas das liberalizações e ataques a direitos sociais e laborais.
Assim, embora nas propostas hoje aprovadas neste relatório haja uma ou outra com conteúdos positivos, a sua visão global não cria as condições necessárias para a mudança que se impunha. E o que vamos continuar a ter é o aprofundamento da crise, sobretudo social, com a intensificação da recessão nos países de economias mais frágeis, como no caso particular de Portugal, Grécia e Irlanda. Teremos o aumento do desemprego, maiores desigualdades sociais e mais pobreza. Só a luta gerará mudança.
Daí o nosso voto contra este relatório.