Sobre o crescimento do PIB em Portugal no ano que passou, o maior desde 1987, dois apontamentos:
Primeiro. Este crescimento é acompanhado da maior queda do peso dos salários no PIB no mesmo período. Os salários reais reduziram-se. Os trabalhadores perderam poder de compra. Muitos empobrecem a trabalhar. Os grupos económicos aumentam os seus lucros. Aumentam as desigualdades e as injustiças.
Uma realidade que é indissociável das orientações, pressões e imposições da UE a que sucessivos governos se têm submetido: dos ataques à contratação coletiva; das restrições salariais no sector público; do desinvestimento nos serviços públicos e nas funções sociais do Estado.
Segundo. Pese o enviesamento económico deste crescimento e as circunstâncias excecionais que o explicam, ele põe a nu o absurdo da insistência na redução da dívida por via de excedentes orçamentais, da ditadura do défice.
Como se comprova, é o crescimento económico o caminho para uma mais rápida e sustentada redução da dívida.