Os Emirados Árabes Unidos constituem um Estado federal composto por sete Emirados que têm um alto grau de autonomia. Dois Emirados dominam a Federação: Abu Dhabi, que ocupa 87% da área total (67.340 km2), concentra a maioria dos recursos de petróleo e acolhe a sede do governo federal; e Dubai, que graças às suas duas áreas portuárias - Jebel Ali e Port Rashid - são hoje considerados como uma placa giratória que encobre todo o tipo de actividades ilícitas, designadamente ao nível da criminalidade económica e financeira. Os ganhos resultantes destas actividades criminosas, tais como a fraude ao IVA, e evasão e elisão fiscal e lavagem de dinheiro são por sua vez reinvestidos nos Emirados Árabes Unidos, onde se refugiam os protagonistas de todos estes esquemas.
Ou seja, temos aqui mais uma vez as zonas francas e os paraísos fiscais a emergir como personagens principais de um drama que demonstra que a liberalização económica que nos é servida como panaceia para todos os males enferma os mecanismos que permitem o desenvolvimento de fenómenos tão diversos como a fraude e evasão fiscal mas também o terrorismo e o tráfego de droga.