Milhares de trabalhadores da Administração Pública, provenientes de todo o País, deram voz à sua indignação, dia 5, em Lisboa, contra todas as injustas contidas nas políticas de direita prosseguidas pelo Governo PS, e garantiram que prosseguirão com a luta até as derrotarem.
Durante mais de duas horas, trabalhadores das autarquias, funcionários públicos de todos os Ministérios e repartições do Estado, enfermeiros e professores, aposentados, contratados a prazo e do quadro protestaram, da Praça dos Restauradores até diante do Ministério das Finanças, no Terreiro do Paço, e garantiram que esta luta vai continuar até que sejam derrotadas as políticas de destruição de direitos laborais, de condições de vida e de trabalho, e de serviços públicos essenciais às populações.
Como consta na resolução aprovada no fim da acção, por unanimidade e aclamação, a Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública ficou mandatada desencadear quaisquer «novas formas de mobilização, protesto e de luta, que a gravidade da situação a que a direita e o Governo estão a conduzir o País justifique».
Na manifestação, muitos trabalhadores recordaram os magros salários que recebem, de pouco mais de 500 euros, e compararam-nos com os dos quadros e técnicos superiores do Estado, para demonstrarem que «não podem ser sempre os mesmos a pagar a crise».
Razões não faltam
Antes de iniciar as negociações salariais com os sindicatos, cujo início está agendado para a próxima terça-feira, o Governo de José Sócrates já anunciou, com o apoio dos partidos de direita, pretender continuar a congelar os salários, prosseguir com a injusta avaliação de desempenho que os trabalhadores querem ver suspensa, destruir carreiras, continuar a colocar trabalhadores na «mobilidade especial» e na «flexigurança», agravar as pensões, mais particularmente aos funcionários públicos que pretendam antecipar a aposentação, tudo numa lógica de destruição progressiva de serviços públicos e de direitos laborais, recordou, na sua intervenção, a coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, salientando que «será a luta dos trabalhadores que derrotará todas estas políticas».
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, José Carlos Martins, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira e o secretário-geral da CGTP-IN, Manuel Carvalho da Silva apelaram à continuação e ao reforço desta luta que demonstra como é cada vez mais urgente a adopção das propostas alternativas da CGTP-IN, consideradas como garantes da dignidade e da qualidade do desempenho dos trabalhadores e dos serviços que prestam.
Nas negociações sobre salários, a Frente Comum reivindicará aumentos de 4,5 por cento, com a garantia, para todos, de um aumento mínimo de 50 euros que compense os mais de oito anos de perdas de poder de compra, só intervalados no ano passado, por ter sido ano eleições.
Em solidariedade com a esta justa luta que vai continuar, uma delegação do PCP com o Secretário-Geral, Jerónimo de Sousa, e o deputado Jorge Machado manifestou o apoio e a solidariedade dos comunistas à justa luta de todos os trabalhadores do Estado contra as políticas de direita do Governo PS.