Comunicado do Gabinete de Imprensa dos Deputados do PCP ao PE

Contra a intensificação da militarização da UE

Na sequência das conclusões do Conselho sobre o "Desenvolvimento de Capacidades Militares", os deputados do PCP consideram o seguinte:

- É absolutamente inaceitável a decisão do Conselho de desenvolver as "capacidades militares" da UE, dando um "novo impulso" à chamada Política Comum de Segurança e Defesa, quando ao mesmo tempo a União Europeia – em concertação com os governos nacionais – continua a pressionar os países de economias mais frágeis e em situações mais difíceis para imporem uma nova vaga de sacrifícios aos trabalhadores e aos povos, com o corte nos salários, nos apoios sociais, no investimento público e a privatização de empresas públicas.

- Numa situação internacional marcada pela crise económica e financeira do capitalismo, alertamos para os perigos que decorrem deste "novo impulso" na indústria da guerra e na corrida aos armamentos que está a ser promovido na UE, com as consequências que daí podem advir para a paz e segurança internacionais.

- Tal como alertámos desde início e as conclusões do Conselho evidenciam, a aplicação do Tratado de Lisboa e o desenvolvimento dos instrumentos por ele promovidos, nomeadamente a Agência Europeia de Defesa, o Serviço Europeu de Acção Externa, as "Cooperações Estruturadas Permanentes", visa, na sequência da Cimeira da NATO de Lisboa, dar um novo salto qualitativo na militarização da UE, subordinada à NATO e aos EUA, com o objectivo de travar a luta dos povos e acentuar o domínio económico e geoestratégico sobre mercados e recursos naturais, através da ingerência, da violação do direito internacional e dos direitos dos povos.

- A confirmar-se o acordo do governo português a este "novo impulso" à militarização da UE, tal constituiria mais uma expressão do seu colaboracionismo e submissão à estratégia das principais potências da UE e da NATO, em claro desrespeito pela Constituição da República Portuguesa e pelos princípios nela estabelecidos.

- Este inquietante desenvolvimento evidencia uma fuga para a frente perante as crescentes contradições que enfrenta o processo de integração capitalista europeia, evidenciando os seus limites históricos, constituindo-se como uma ameaça crescente contra os trabalhadores e os povos e contra a Paz na Europa e no Mundo.

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