Uma saudação a todos os presentes, aos membros do Partido, aos que não sendo do Partido aqui estão connosco e bem.
Uma saudação particular para todos os camaradas e amigos que garantiram e garantem a realização em todos os aspectos deste nosso almoço.
Quis o calendário que há um ano atrás tivesse estado aqui num primeiro almoço enquanto Secretário-Geral do Partido, e que grande iniciativa realizámos nessa altura, mas sendo grande ficou aquém deste magnífico almoço que aqui estamos hoje a realizar, grande participação, grande mobilização, que bom ambiente.
E é com esta força, com esta determinação e confiança que estamos e vamos enfrentar todas as batalhas e a situação que aí está.
Olhemos para a grave situação social com que os trabalhadores e o povo estão confrontados, os salários que não chegam, as reformas que são curtas, o custo de vida que aumenta, as casas que mal conseguimos pagar, os médicos em falta, é assim o dia-a-dia do nosso povo por esse País fora e também é assim aqui, ao que se somam a realidade e as necessidades concretas do distrito.
Há um ano identificámos vários problemas que era urgente enfrentar aqui mesmo na região, um ano depois aí estão eles por resolver e ainda mais agravados.
Aí está a falta de apoio aos agricultores, a falta de profissionais de saúde, os atrasos no sector ferroviário, entre outros problemas que estão por resolver.
Aí estão os efeitos da política da maioria absoluta do PS e a sua constante recusa em dar as respostas aos problemas concretos.
Construção do troço do IC3, melhoria dos transportes públicos ferroviários, construção de residências estudantis e do centro interpretativo da resistência no Couço, requalificação das instalações do comando distrital de Santarém da PSP foram, entre outras, propostas que apresentámos para o Orçamento do Estado.
A todas e a cada uma o PS disse não.
Propostas chumbadas mas propostas necessárias e assim sendo aqui fica um desafio e um compromisso.
O desafio às populações, aos trabalhadores, aos utentes para que continuem e intensifiquem a sua justa luta, façam valer a sua força e continuem a exigir os seus justos direitos, temos um Governo em gestão, mas que continua a estar obrigado a responder aos problemas.
E o compromisso, o compromisso de sempre do PCP de nunca faltar como nunca faltou aos direitos, aos anseios, à vida melhor a que todos temos direito.
Esta é a questão deste momento, a poucos meses de novas eleições, que são de facto uma oportunidade para reforçar o PCP e a CDU e com isso responder aos problemas existentes.
Aí estão as eleições, vamos a elas.
A CDU vai crescer, vamos ter mais votos, vamos ter mais deputados, deputados do PCP e da CDU que fazem falta.
Os trabalhadores e o povo aqui do distrito de Santarém, com a sua luta e o seu voto, vão dar mais votos à CDU e eleger o seu deputado, dando mais força à sua força.
Vamos eleger o deputado pela CDU e isso é importante, para o PCP e para a CDU, mas acima de tudo é importante para os trabalhadores, as populações, os utentes e os democratas aqui do distrito, que sabem, independentemente até da sua opção política, o que representa a ligação à vida, o trabalho, a acção que caracterizam um deputado eleito pela CDU.
Um deputado eleito por Santarém que se vai juntar a outros eleitos da CDU.
Deputados que farão, como sempre fizeram, a diferença, deputados ao serviço dos trabalhadores, do povo e do País ao contrário de outros que mais não são que emissários dos interesses da banca e dos grupos económicos.
E desses, desses já há, e demais, na Assembleia da República.
Vamos crescer mesmo contra a vontade daqueles que não queiram que assim seja.
Vamos crescer contra a vontade daqueles que nos querem convencer que o que está em jogo é a eleição do primeiro-ministro quando o que cada um vai decidir e votar aqui no distrito é para a eleição dos deputados que os representam na Assembleia da República, e é daí que sairá uma nova correlação de forças.
Vamos crescer contra a vontade das sondagens.
Essa operação que nos quer empurrar sempre para baixo e que procura condicionar as opções mas que, para azia de alguns, mais uma vez falhou na Madeira.
Por vontade do povo e contra todas as sondagens a CDU cresceu, teve mais votos e mais percentagem.
Vamos crescer mesmo contra a vontade dos que não querem discutir o conteúdo, as propostas e as soluções e por isso querem que passemos a vida a comentar a forma e hipotéticos cenários.
O PCP não está aqui para alimentar ilusões dos que agora é só promessas e afirmam que agora é que é.
Não contem com o PCP para limpar a imagem, nem as responsabilidades daqueles que são os recordistas dos cortes dos salários e pensões.
O PCP não foi nem será a cereja no topo do bolo da política que aperta a maioria e abre as portas aos grupos económicos e aos seus 25 milhões de euros de lucros por dia, para isso não, obrigado, para isso quem quiser que deposite o seu voto nas várias opções que existem, e são muitas, e que eleja os tais deputados emissários da banca, da Galp, da EDP, da Jerónimo Martins ou do Banco Central Europeu.
E aos que nos tentam menorizar, lhes dizemos, a CDU só depende do povo, dos trabalhadores, dos democratas e de todos os que querem uma vida melhor.
A CDU conta e muito, e por si própria, e é na sua força, na nossa força que está a garantia para combater e derrotar os retrocessos e abrir o caminho de que Portugal precisa.
Esta é uma questão central que está hoje colocada até aos eleitores e votantes de outras forças políticas.
O PCP é o garante do combate à política de direita e à direita, tenha ela a forma que tiver, temos mais de 100 anos acumulados de experiência nesse combate.
Não contem com o PCP para, tal como outros fazem, alimentar e alimentar-se das forças mais reacionárias, essas forças vindas da barriga de PSD e CDS, essas forças onde muitos dos seus actuais dirigentes foram protagonistas das opções do governo de PSD e CDS e da troika, esse governo dos cortes nos salários dos trabalhadores, nas pensões dos reformados e no subsídio de Natal.
Essas forças que saíram da casa-mãe, não para se redimirem, mas para irem ainda mais longe na sua política agressiva.
Essas forças, com papéis diferenciados mas sob a mesma batuta, uns com uma forma aparentemente mais limpinha que assumem o papel de apontar ao Estado e a tudo o que é público todos os males do País, e outros mais à bruta, com o papel que lhe foi distribuído, para nos querer fazer crer que o responsável pela situação a que chegámos é o vizinho, o colega de trabalho ou a pessoa com quem nos cruzamos no café ou na rua.
Papéis diferentes mas o mesmo objectivo.
Querem que acusemos tudo e todos menos os reais responsáveis pela situação em que estamos, e chegamos ao que chegamos não por culpa deste ou daquele, mas sim pela imposição dos interesses dos grupos económicos e financeiros e da política que lhe dá corpo.
Forças sujeitas que estão à mesma rédea curta dos grupos económicos e que são apresentadas como anti-sistema, mas que são o pior que o sistema capitalista produz.
São estas as forças que o PS, por sua opção, passou dois anos a alimentar.
Mas ao contrário do que alguns possam pensar, o povo não tem a memória curta.
Os trabalhadores, os jovens, os reformados, os que foram iludidos e levados pela chantagem e pressão do PS, já perceberam por experiência própria três questões fundamentais: quando o PS ganha força, e estes dois anos são disso exemplo, os problemas de cada um não só ficam por resolver como se agravam; quando o PSD, CDS, Chega e IL ganham força, é como se viu e sentiu no tempo da troika; e a terceira questão, central e decisiva, quando o PCP e a CDU ganham força a vida de cada um melhora e anda para a frente.
Então se assim é, é uma necessidade de cada um o reforço da CDU.
É esta necessidade que se vai expressar no voto dos que se sentem justamente injustiçados, indignados e até traídos, dos que foram iludidos e percebem que a maioria absoluta não resolveu, antes agravou os problemas e assentou na injustiça e nas desigualdades.
Votar na direita representa andar para trás, o voto no PS é uma ilusão e, tal como se provou, daí não virá solução para as nossas vidas, o voto certo, útil e necessário é o voto na CDU, na coerência, na força e em deputados que contam sempre, seja qual for a circunstância, para contribuir para tudo o que seja positivo e travar e fazer frente a tudo o que seja negativo, venha de onde vier.
A indignação e o protesto vão valer ainda mais com o voto na CDU, a força de protesto, que rejeita e combate as injustiças, a força das soluções para uma vida melhora força que não diz uma coisa hoje para depois fazer outra.
O voto que vale sempre e a dobrar.
O voto do trabalhador vale tanto como o dos donos da GALP, Pingo Doce, CTT, mas pode valer ainda mais se não for colocado no mesmo saco dos que se acham os donos disto tudo.
O voto de cada um de nós vale tanto como o do accionista da banca, mas valerá muito mais se não for para eleger emissários dos milhões de lucro da banca.
O voto de cada utente vale tanto como o do dono de qualquer grupo privado do negócio da doença, mas valerá ainda mais se não for parar ao bolso dos partidos que querem desmantelar o SNS.
O voto dos reformados e pensionistas pode valer ainda mais se for colocado ao serviço do seu direito a viver com qualidade e dignidade.
O voto dos micro pequenos e médios empresários vale tanto como o dos donos dos grandes grupos económicos mas valerá mais se não for parar às mãos desses autênticos tubarões sempre prontos a engolir os mais pequenos.
Que se expresse então o voto pela vida melhor a que temos direito e não venham com a conversa que não pode ser, que precisamos de contas certas.
Mas se querem contas certas, nós também queremos contas certas e sabemos bem com quem as acertar.
Acertemos então as contas com os 25 milhões de euros de lucro por dia dos grupos económicos e dessa forma podemos distribuir a riqueza que é criada pelos trabalhadores, esses que põem a economia e o País a funcionar.
Acertemos as contas com os 5% dos mais ricos que concentram 42% da riqueza criada e ao fazê-lo respondemos ao drama dos dois milhões de pessoas na pobreza, das quais milhares de crianças.
Acertemos as contas e de vez com a banca e os 12 milhões de euros de lucros por dia, e assim é possível aliviar os milhares e milhares de pessoas desesperadas para aguentar a sua habitação ou o seu negócio.
Acertemos as contas com os 1600 milhões de euros de benefícios fiscais entregues aos grupos económicos, e com isso podemos aumentar reformas e pensões, respeitar quem trabalhou uma vida inteira e que tem direito a envelhecer com dignidade.
Acertemos as contas, isso sim, com o escândalo dos oito mil milhões de euros do Serviço Nacional de Saúde que vão parar aos cofres do negócio privado da doença e haverá dinheiro para fixar, com condições e respeito, médicos, enfermeiros, técnicos e outros profissionais, e responder às necessidades, tratamentos e cuidados dos utentes.
Acertemos contas com os lucros dos grupos do sector da grande distribuição comercial, com quase 600 milhões de lucros da Jerónimo Martins só nos primeiros nove meses deste ano, e vai ser possível regular e baixar os preços dos bens alimentares que ainda não pararam de subir, e aumentar os salários dos trabalhadores.
Acertemos o desacerto das opções políticas e será possível responder ao urgente reforço dos serviços públicos, ao respeito e valorização dos seus trabalhadores, responder às suas justas reivindicações, dos profissionais de saúde, da educação, da justiça, das forças de segurança, dos militares, de todos os trabalhadores.
Acertemos as contas com as contas certas de uns poucos e o desacerto nas contas da maioria.
Contas certas para viver, é destas contas que os trabalhadores, o povo e o País precisam.
Basta de injustiças, mais CDU para uma vida melhor.
Mais CDU por um Portugal com futuro.
O País não é pobre mas tem sido empobrecido, o País tem recursos, tem meios, o País tem gente séria e honesta, com vontade e força de pôr isto a andar para a frente.
A aumentar salários e pensões; a garantir o direito à habitação, a travar e diminuir o valor das rendas, a pôr os lucros da banca a suportar o agravamento das taxas de juro; a concretizar aos pais e às crianças os seus direitos, desde logo com a rede pública de creches.
A avançar para uma verdadeira justiça fiscal, a combater de forma efectiva a corrupção, as suas causas e responsáveis, travando desde logo um dos seus maiores focos, que são as privatizações.
Isto sim, é acertar contas, isto sim são as contas que valem a pena.
É para estas contas, é para acertar as contas com quem devem ser acertadas, é para este desafio que estão convocados os democratas e patriotas, todos quantos cá vivem e trabalham, todos os que foram iludidos pelo PS, todos os que por esta ou aquela razão desacreditaram e que estão justamente indignados e zangados.
Estão todos convocados para com a sua acção, luta e voto na CDU, abrirem o caminho necessário, o nosso caminho, o caminho de Abril.
Com confiança, audácia, determinação e alegria, que todos e cada um de nós seja um militante do contacto,da conversa e do esclarecimento que se impõe.
Vamos à conversa, vamos fazer uma jornada de esclarecimento que valerá mais pelas conversas que estamos e vamos ter do que pelo número de documentos que vamos distribuir.
Que cada um dê ainda mais um pouco, que assuma ainda mais responsabilidades, que cada um tome a iniciativa, responda às novas exigências, seja protagonista do reforço do Partido.
Vamos para a frente com confiança e de cara levantada, com essa cara levantada e confiança de quem nunca arredou pé, de quem sempre esteve sempre lá, nos locais de trabalho, nas empresas, nos centros de saúde, nos hospitais, nas escolas e nas ruas.
Com cara levantada, confiança e orgulho de quem nunca abdicou dos princípios e da solidariedade com os trabalhadores e povos de todo o mundo.
De quem sempre soube e sabe que a guerra não é do interesse dos povos e que a solução é a Paz.
Com essa cara levantada e confiança de quem sabe que não há povos de primeira e de segunda, que a vida melhor pela qual lutamos queremos para todos os povos do mundo e neste momento particular o desejamos para o povo palestiniano que está a ser massacrado.
Cessar-fogo, fim da guerra e da morte, cumprimento das resoluções das Nações Unidas e concretização do Estado palestiniano, é isto que se exige e nada menos que isto.
Aqui estamos, por essa Palestina que vencerá, aqui estamos como estão milhões e milhões por todo o mundo, incluindo em Israel.
Cá estamos a cumprir e a fazer cumprir Abril, 50 anos depois da Revolução que comemoramos, essas portas que foram abertas pela aliança Povo - MFA, essas portas que a contra-revolução tenta fechar, mas que a força do povo, não vai permitir.
Os valores de Abril vivem fundo na consciência colectiva do nosso povo, os valores de Abril são futuro, Abril é mais futuro.
Ao trabalho camaradas!
Viva a CDU!
Viva a JCP!
Viva o PCP!