Declaração de Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP, Contacto com trabalhadoras da Dan Cake

Contacto com trabalhadoras da Dan Cake

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Umas breves palavras apenas, de forma muito sentida, para vos saudar.

Para saudar a vossa determinação, saudar a vossa luta, a vossa justa luta.

Para saudar esta luta por questões tão importantes como o salário, como é o respeito que merecem, como são as condições de trabalho que é preciso, naturalmente, alterar.

Uma palavra de saudação para vós, para a vossa resistência, para a vossa capacidade.

Mas permitam-me, de forma muito particular, saudar todas e cada uma das mulheres trabalhadoras neste Dia Internacional da Mulher.

Numa altura em que é evidente que é preciso, é urgente, que haja um caminho de igualdade, cada vez mais rápido.

Mas uma igualdade que tem de ser de forma plena no trabalho, na vida e em todos os dias.

É justa a vossa luta. Todos nós sabemos o que enfrentamos todos os dias.

Aumenta tudo, aumenta o pão, aumenta o leite, aumenta a casa, aumenta os transportes, aumenta os combustíveis, aumenta as rendes, aumenta tudo. Aumentam os lucros dos grandes grupos económicos.

É uma vergonha, nós estarmos aqui a exigir mais salários. Há ali um papel que diz: «Há 40 anos a trabalhar por 770€». O que se está aqui a exigir é um salário mínimo para a empresa de 850€. É isto que nós estamos aqui a lutar.

Paralelamente a isto, nós temos os grupos económicos, aqueles que pensam que mandam nisto tudo, a terem 11 milhões de euros de lucro por dia, no nosso país. Temos 5% mais ricos, do nosso país, a concentram nas mãos 42% da riqueza. De toda a riqueza criada. Ora, isso não pode ser. Não é possível!

Isto ainda reforça mais a vossa justa luta.

É verdade, já sabemos, aumentou o preço da farinha... Aumentou tudo, mas também aumentou as despesas para cada um de nós.

É justa a vossa reivindicação. Mais salários para fazer face ao aumento do custo de vida, mas não só, porque quem trabalha merece mais salário, é preciso que a riqueza seja distribuída de outra forma.

Eu, há pouco, estava ali a dizer uma coisa que vou partilhar com todos. Nós teremos certamente aqui armazéns, mas se juntarem a farinha, se juntarem a manteiga e o açúcar, mesmo que estejam muito juntinhos, experimentem ao fim 3 dias, 4 dias, 5 dias, 6 dias... Se saí de lá alguma bolacha, se saí de lá alguma torta. Não, só é possível sair alguma coisa com o vosso trabalho, o vosso esforço, a vossa dedicação e, portanto, é preciso que haja respeito pelo vosso trabalho, que haja reconhecimento mas também salários, que é com isso que se pagam as contas.

Contem da parte do Partido Comunista Português para saudar a vossa luta, como disse logo de início, mas contem mais do que isso, contem com o compromisso de estar sempre ao vosso lado, porque aquilo que vocês estão a fazer, aqui e em Coimbra, aquilo que vocês estão a fazer hoje, é lutar pelos vossos direitos, por aquilo que é vosso, por aquilo que é justamente vosso, mas também para dar um exemplo para outras empresas, para outros sectores, também para lutarem por aquilo que é deles.

Vocês estão aqui a lutar por vocês, mas estão a lutar também pelo conjunto dos nossos trabalhadores, das trabalhadoras, e eu diria, em última instância estão a lutar por um país que precisamos que seja melhor, que responda às nossas necessidades, e que olhe para a larga maioria da nossa população, que são vocês todos, somos nós todos, e que deixe de olhar menos para os tais 5%, os que detêm 42% da riqueza.

Da nossa parte contem com este compromisso, com esta solidariedade, não é só palavras, é de acções. É estar aqui ao vosso lado, dentro da empresa, cá fora, onde for necessário. Porque é uma justa luta e como disse, podem contar connosco.

Saudação muito forte à vossa luta, cá estaremos para o que for preciso. 

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