As decisões do Conselho Europeu - para além de toda a retórica e demagogia que sempre as acompanham -, colocam a nu os reais objectivos e políticas da UE.
Depois de terem impedido os restantes povos de se expressarem em referendo, agora impõem um novo referendo ao povo que rejeitou, de forma soberana e democrática, esta proposta de tratado.
Mais, o povo irlandês irá ser confrontado com um referendo ao mesmo (conteúdo de) tratado, acompanhado, por ora, de um "compromisso político" a ser concretizado juridicamente aquando da futura adesão da Croácia, em 2010 ou 2011.
Desta forma se procura impor um salto qualitativo no neoliberalismo, no federalismo e no militarismo, em benefício dos interesses do grande capital e das grandes potências, que esta proposta de tratado representa.
Aliás, no mesmo Conselho Europeu avança-se para uma nova etapa de militarização da UE e das relações internacionais, preparando a próxima Cimeira da NATO (Abril, 2009) e alicerçando a UE como seu pilar europeu.
Como anteriormente sublinhámos, tais decisões colocam em evidência o carácter antidemocrático da UE, que é inseparável da sua afirmação como bloco imperialista.
Sobre o denominado "plano de relançamento da economia europeia": a mesma política, dando prioritariamente resposta aos interesses das grandes potências e do capital financeiro.