Intervenção de

Conselho Europeu de 13/14 Março 2008 - Intervenção de Ilda Figueiredo no PE

Enquanto a situação social se degrada em diversos países da União
Europeia, o Conselho insiste no aprofundamento da aplicação das
políticas neoliberais da Estratégia de Lisboa, do Pacto de Estabilidade
e da flexigurança, quando sabe que isso vai contribuir para agravar as
desigualdades sociais e territoriais.

Claro que, assim, os ganhos e lucros dos grupos económicos e
financeiros poderão continuar a sua estabilidade em níveis muito
elevados, enquanto o emprego precário e mal pago continuará a alastrar,
a pobreza e a exclusão social manter-se-ão em níveis elevados, como
hoje já acontece, afectando, de um modo particular, dezenas de milhões
de mulheres, de crianças e de idosos, o que, como se vê, não preocupa
muito o Conselho e a Comissão. Para eles, alguma retórica chega. O que
só pode merecer o nosso mais vivo protesto.

O que se impunha era uma ruptura com estas políticas, de forma a apoiar
os países com economias mais frágeis, aumentar o investimento público
para melhorar e alargar serviços públicos que são essenciais para
combater a pobreza e a exclusão social, contribuindo igualmente para a
criação de emprego com direitos e o desenvolvimento das micro, pequenas
e médias empresas.

É que a crise financeira nos EUA, o preço elevado dos combustíveis
fósseis e de alguns bens agrícolas terão particulares consequências no
agravamento da pobreza e da exclusão social e far-se-ão sentir nos
países de economias mais débeis. Por isso, é da maior urgência alterar
políticas para prevenir as suas consequências na União Europeia, para
evitar agravamentos da situação social e dar resposta aos anseios das
populações.

Por tudo isto, é necessária uma ruptura com estas políticas neoliberais
da Estratégia de Lisboa, do Pacto de Estabilidade, das altas taxas de
juro do BCE e do apoio à produção agrícola para biocombustíveis quando
escasseiam produtos alimentares.

É preciso aprovar políticas alternativas.

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