Não está em causa a necessidade de uma correta aplicação dos fundos estruturais, de coesão e relativos à política agrícola comum.
Não está em causa a necessidade de combater a corrupção e conflitos de interesses na aplicação destes fundos.
Mas compreenderão que nos questionemos sobre a oportunidade deste debate e sobre as motivações que lhe estão subjacentes. No momento em que se discute o futuro Quadro Financeiro Plurianual e em que alguns Estados querem precisamente cortar na “coesão” e na agricultura nos próximos sete anos.
Aqueles que são já hoje os maiores beneficiários da integração, do mercado único, do euro e das políticas comuns, querem ser maiores beneficiários também do orçamento.
Uma lógica que está presente também na proposta para a chamada capacidade orçamental para a zona euro discutida pelo Eurogrupo.
Uma lógica dita de “justo retorno”, que é tudo menos justa, que acentua desigualdades e divergências entre estados, que acentua o benefício de uns à custa do prejuízo de outros. Que faz com que para uns ganharem em toda a linha, outros percam em toda a linha.
E era isto que aqui devíamos estar a discutir.