Intervenção de Luísa Araújo, Membro da Comissão Central de Controlo, Conferência Nacional do PCP «Tomar a iniciativa. Reforçar o Partido. Responder às novas exigências»

Responsabilização e formação de quadros. A importância da preparação e da formação ideológica

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Camaradas,

Reafirmámos no XXI Congresso “Considera-se quadro o membro do Partido que desempenha e se responsabiliza por tarefas regulares, independentemente do organismo a que pertença, da natureza da tarefa que execute, da sua preparação e dos seus conhecimentos em geral”.

Tornar o Partido mais forte e mais influente, mais organizado, com mais ligação e resposta aos problemas e aspirações de vários sectores e camadas sociais, alargar a organização nas várias regiões do país, nas empresas e locais de trabalho, em cada localidade, na ligação às organizações e movimentos de massas, é reforçar o papel de vanguarda que cabe ao PCP, o Partido da classe operária e de todos os trabalhadores.

Para avançarmos bastante mais no desenvolvimento deste princípio da identidade do Partido, temos que dedicar bastante mais atenção à responsabilização de quadros e à sua preparação e formação, o que exige o empenhamento de todos os organismos, de todos e de cada um dos quadros, para imprimir mais iniciativa e mais dinâmica à estruturação e organização do Partido.

Desde logo com a atribuição de tarefas regulares aos membros do organismo respectivo. Integrar não significa, por si só, responsabilizar. É necessário ultrapassar situações em que se considera “atribuição de tarefas” à eleição ou integração de um camarada num organismo, sem que se considere, proponha e defina a respectiva tarefa.

Um outro aspecto a dar mais atenção é o acompanhamento ao desenvolvimento e concretização das tarefas de cada quadro, saber se existem e identificar eventuais dificuldades no desempenho da tarefa, ajudar à sua superação, apoiar e valorizar a evolução e compreensão do papel que ele próprio, no plano individual e colectivo, está a assumir no reforço da organização, na afirmação e alargamento da influência do Partido.

Valorizamos a intervenção empenhada, com vigor e combatividade, dos quadros e do colectivo partidário perante as exigências de cada situação concreta.

Perante a actual situação e tendo em conta os seus desenvolvimentos, é necessário dinamizar a acção do Partido de forma integrada para corresponder às orientações da Conferência. Para isso, constitui elemento nuclear a responsabilização e formação de novos quadros. Impõe-se a realização de um esforço organizado, permanente, amplamente alargado e empenhado para identificar militantes de diversas gerações, incluindo novos militantes, que revelam vontade de participar e dar o seu contributo, o que requer a sua integração efectiva no trabalho colectivo, estimular o contributo individual e o envolvimento dos militantes na discussão e concretização dos objectivos, promovendo a militância e potenciando a intervenção do Partido. É necessário este movimento de responsabilização, colocando nas mãos de mais militantes a responsabilidade de serem activos construtores do Partido e confiantes protagonistas da luta por uma vida melhor.

Assume-se o objectivo de promover a responsabilização de 1000 novos quadros - com destaque para operários e outros trabalhadores, jovens e mulheres – por tarefas regulares e organizações do Partido até ao final de 2024.

Com iniciativa, direcção, organização, audácia e confiança – conjugação responsável para o objectivo colocado – os organismos do Partido e da JCP, com o empenhamento colectivo e individual dos seus quadros, encontrarão as soluções para esta grande prioridade do reforço do Partido.

Entre os quadros responsáveis e a responsabilizar é necessário destacar e dar atenção particular aos funcionários do Partido, quadros inteiramente dedicados à luta, mantendo a preocupação e o esforço para a sua renovação e rejuvenescimento, nomeadamente com camaradas oriundos de células de empresas e de locais de trabalho. A linha concreta de responsabilização de muitos mais quadros, abrirá novas perspectivas à concretização deste objectivo do XXI Congresso do Partido.

A par da responsabilização, a preparação dos quadros, a sua formação política e ideológica assume importância destacada e constitui um trabalho com aspectos diversificados, dos quais sublinhamos alguns.

A intervenção, a actividade e a luta reforçam a convicção no ideal e a realização do projecto do Partido, constituem elemento indispensável na formação de um quadro, pela capacidade que ganha no desenvolvimento da sua tarefa, a oportunidade de conhecer, estudar, discutir e intervir em realidades diversificadas, agir com camaradas e muitos outros a quem se dirige e se pretende envolver, colocando os seus conhecimentos e experiências ao serviço do colectivo e da vida que o rodeia e promovendo o seu enriquecimento no plano dos conhecimentos e das realizações que o próprio e o colectivo levam a cabo.

O trabalho colectivo, assim como a direcção colectiva sendo traços fundamentais dos métodos e estilo de trabalho do Partido, prepara e forma os quadros num dos princípios essenciais da democracia interna e é um factor decisivo da unidade e da disciplina do Partido, da participação e do contributo individual de cada um para a decisão e realização do colectivo.

O funcionamento do Partido, a relação entre a Direcção e o colectivo partidário e a sua ligação à vida, são claros para quem nele milita e constitui elemento fundamental na preparação e formação de um quadro, quer para o exercício das suas tarefas, quer para enfrentar e combater a ofensiva ideológica que tem por objectivo promover o conformismo, desmobilizar da luta, desviar atenções das verdadeiras causas dos problemas e procurar enfraquecer o prestígio e o campo de influência do Partido, do ideal e projecto comunista.

A preparação e a realização desta Conferência são para vários quadros e para muitos novos membros do Partido a sua primeira experiência concreta sobre como funciona, se organiza e intervém o Partido.

A leitura e o estudo dos documentos fundamentais do Partido, das obras dos clássicos do marxismo-leninismo e das obras de Álvaro Cunhal, o conhecimento da História do Partido, a leitura do Avante e de O Militante, cujo conteúdo deve ter abordagem mais regular nas reuniões dos organismos, é indispensável à preparação e formação dos quadros.

No desenvolvimento das orientações do XXI Congresso, destacamos também, no plano central, quer os cursos na Escola do Partido, quer em iniciativas descentralizadas.

No plano regional são realizadas acções de formação, dirigidas sobretudo aos novos membros do Partido e procuramos, também, promover reuniões de troca de experiências entre responsáveis e membros de células de empresa e de locais de trabalho.

Mas é preciso ir mais longe nas tarefas de preparação e formação dos quadros, com mais iniciativa na elaboração e na realização dos planos anuais de trabalho.

A nossa Conferência constitui um enorme estímulo à intervenção de cada quadro, de cada militante para a sua intervenção nos planos político, social e ideológico na resposta às exigências da situação que vivemos hoje.

Com muita iniciativa e empenhada dinâmica, bom trabalho camaradas.

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