Razões que me levaram a aderir ao Partido e é sobre isso que venho aqui falar.
Desde sempre soube que o PCP é o Partido que defende os trabalhadores - cresci com um pai que sempre esteve neste lado certo da luta. E também que é no projecto da CDU que está a resposta para muitos dos problemas locais. Foi isso que me fez aceitar integrar as suas listas e, desde 2017, estar eleita como vereadora da oposição no executivo da câmara municipal da Chamusca. Mas daí a dar o passo para ingressar nas fileiras do Partido levou o seu tempo. Reconheço que se não fosse a persistência de alguns camaradas, talvez ainda hoje não estivesse aqui.
Trabalho na Unidade de Cuidados Continuados da Santa Casa da Misericórdia como Auxiliar de Acção Médica, por turnos, recebo o salário mínimo, recebo o horário de trabalho para o mês seguinte nas vésperas de começar o mês. Uma trabalhadora que comece hoje a trabalhar naquela instituição ganha o mesmo que aquelas que já lá estão há 20 anos. É uma profissão de desgaste rápido, mas não é reconhecida como tal.
No pico da pandemia COVID recebemos palmas. Chamaram-nos heroínas. Trabalhámos turnos de 12 horas, folgas falsas, entregámo-nos ao serviço da instituição e dos utentes, sem nenhuma melhoria nos salários, deixámos para trás as nossas famílias. Quando acalmou a pandemia, a instituição convocou as trabalhadoras para agradecer o nosso esforço. Mas aquela convocatória serviu também para nos dizer que tinham estado a fazer contas e que, afinal, as funcionárias deviam dias à casa. Em menos de 5 minutos passámos de heroínas a devedoras à instituição. Gerou-se a indignação mas, a seguir, gerou-se o medo. Eu fui a única que não paguei nada à instituição.
Aderi ao Partido porque afinal não basta estar de acordo com as propostas, com a luta que travamos e reconhecer o muito e bom trabalho que milhares de camaradas fazem por esse país fora. É preciso mais. É preciso sempre mais um, é preciso compromisso.
Fui chamada a participar na Comissão Concelhia e actualmente, assumo o compromisso de acompanhar a organização concelhia da Chamusca, integrando a Direcção Regional e o seu Executivo, a partir da Assembleia Regional que fizemos em Junho de 2022.
Não escondo que tenho convivido com dificuldades e que o trabalho não anda tão depressa como gostaríamos mas sei, por experiência própria, que é possível avançar!
“Sem organização, podemos fazer algumas coisas. Mas não seremos capazes de lançar grandes lutas, mantê-las ao longo do tempo, e elevá-las a um nível superior. A mera agitação pode pôr as massas em movimento e até mesmo conduzi-las, mas não pode manter contacto com elas, guiá-las, educá-las para as surpresas que surgem a qualquer momento”. Rumo à vitória, Álvaro Cunhal
Avante camaradas, vamos ao trabalho!