Intervenção de Joana Carneiro, Conferência Nacional do PCP «Tomar a iniciativa. Reforçar o Partido. Responder às novas exigências»

A luta das mulheres não é nova, mas é de hoje!

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Camaradas,

A luta das mulheres não é nova, mas é de hoje!

Uma luta que tem de ser ampliada face à crescente degradação das condições de vida e de trabalho das mulheres enquanto trabalhadoras, cidadãs e mães.

Dirigimo-nos às mulheres trabalhadoras, com salários baixos, horários desregulados, com desemprego e precariedade. Às mães que acumulam jornadas, cujo mês vai muito para além do salário, a quem as conquistas no valor da creche, os manuais gratuitos e o passe fazem efectivamente diferença.

Às mulheres sobrecarregadas na vida familiar, profissional, acompanhamento aos filhos ou idosos. Uma sobrecarga que não se resolve apenas com partilha de responsabilidades entre mulheres e homens, mas para a qual é essencial que se concretizem medidas para aumentar os rendimentos das famílias e que se garantam equipamentos e serviços de apoio.

A luta das mulheres é central para os avanços na sua condição social e da sociedade em geral, está por isso no centro de uma profunda ofensiva ideológica que visa: por um lado criar expectativas com as políticas de igualdade de género do governo e da UE, como se os direitos pudessem ser concretizados através destas, por outro mediatizando formas de luta, que descontextualizando problemas sentidos, têm por base reivindicações não afrontam, nem contestam os seus verdadeiros responsáveis. Recorrem ainda à instigação ao medo, ao ódio e à intolerância, que passam ao lado das causas e das soluções com o intuito de fragilizar força da luta organizada das mulheres.

A luta das mulheres pela sua emancipação, não está à margem da intensa luta de classes de hoje, porque o sistema capitalista não defende os direitos das mulheres que explora, oprime e violenta.

A política de direita é o maior obstáculo à eliminação das discriminações entre mulheres e homens, à concretização da igualdade no trabalho e na vida, ao cumprimento dos direitos das mulheres.

Camaradas,

Há que tomar iniciativa:

  • contra a possibilidade de encerramento das Maternidades;
  • pela promoção dos direitos das crianças e pais, pela gratuitidade das creches para todas as crianças e a criação de uma Rede Pública;
  • pelo aumento geral dos salários e pensões, pelo fim da precariedade, pelo direito à habitação, à saúde, à segurança social e à educação que constituem condições indispensáveis à independência das mulheres, ao direito de terem um projecto de vida, incluindo o de se libertarem de formas de violência a que estejam sujeitas;
  • por uma nova política em que o estado assuma a responsabilidade de por fim a todas as formas de violência sobre as mulheres.

Aos militantes do Partido e às suas organizações cabe contribuir para o alargamento da luta das mulheres pela resolução dos problemas específicos bem como em torno de problemas comuns que afectam as classes e camadas que as mulheres integram.

Cabe animar formas de luta que elevem a consciência social de largos sectores de mulheres, que lhe transmitam a confiança na justeza das suas reivindicações e de que a sua intervenção, de forma organizada, é fundamental para alterar a sua realidade.

A mulher comunista tem um contributo essencial a dar com a sua militância ao reforço da iniciativa do Partido e no desenvolvimento da acção das organizações de massas, incluindo no Movimento Democrático de Mulheres.

Camaradas,

O Partido está certo nas propostas que apresenta. As mulheres podem contar com o Partido e o Partido conta com as mulheres para construir o caminho na luta pela sua emancipação.

É urgente tomar iniciativa! Responder aos novos anseios! Reforçar esta frente de luta! Reforçar o Partido!

Viva a luta das mulheres!
Viva a Juventude Comunista Portuguesa!
Viva o Partido Comunista Português!

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