Intervenção de João Luís Silva, Membro da JCP, Conferência Nacional do PCP «Tomar a iniciativa. Reforçar o Partido. Responder às novas exigências»

A luta da juventude e o papel da JCP

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Camaradas,

Em nome da Juventude Comunista Portuguesa saúdo a Conferência Nacional do Partido «Tomar iniciativa, reforçar o Partido, responder às novas exigências». Saudamos todo o colectivo partidário e o seu envolvimento na discussão e construção desta Conferência, de que são exemplo as dezenas de plenários e reuniões preparatórias levadas a cabo pela JCP em todo o país, espelho da vitalidade do nosso Partido e da justeza do nosso projecto político.

Dezenas de milhares de jovens que não têm professor a pelo menos uma disciplina, outros tantos que já desistiram ou pensam em desistir do Ensino Superior por não terem condições económicas, grande parte dos jovens trabalhadores assolados pela precariedade e que todos os meses temem ficar sem dinheiro a meio do mês enquanto observam os grupos económicos a acumular lucros extraordinários. Eis a realidade em que intervimos.

É perante as adversidades que, todos os dias, em todos os cantos do país, os jovens comunistas tomam iniciativa e dão força à campanha de afirmação da JCP, sob o lema “Juventude Comunista – em luta pelo que é nosso. Trabalho, Ambiente, Igualdade, Escola Pública”. Nas escolas, nas universidades, nas empresas e nos locais de trabalho são os comunistas que procuram conhecer os problemas e aspirações dos jovens, apresentando-lhes um projecto político alternativo e mobilizando-os para a luta pela resolução dos seus problemas e pela melhoria das suas condições de vida.

Aqui reafirmamos que é hora de avançar, é hora de tomar iniciativa em defesa do que é nosso:

Em defesa da Escola Pública, garantindo que onde está um estudante comunista, a JCP está presente e toma iniciativa, organizando e mobilizando os estudantes para a luta por mais professores, funcionários e psicólogos, pela concretização de obras que há anos são adiadas, pela efectivação da disciplina de educação sexual, pelo fim dos exames nacionais, pelo direito a uma participação verdadeiramente democrática dos estudantes nas suas escolas.

Em defesa de um Ensino Superior Público, gratuito, democrático e de qualidade, tomando iniciativa pelo fim das propinas, pelo reforço da acção social escolar e do alojamento público para estudantes.

Em defesa do trabalho com direitos, tomando iniciativa pelo aumento geral dos salários, pelo fim da precariedade que só gera instabilidade na vida dos jovens trabalhadores, pela revogação das normas gravosas da legislação laboral.

Em defesa do Ambiente, rejeitando a responsabilização individual e denunciando o modo de produção capitalista pela destruição do meio ambiente. Reafirmamos que o Capitalismo não é Verde e lutamos pelo investimento nos transportes públicos e por uma economia orientada não para o lucro, mas para uma relação saudável entre o Homem e a Natureza.

Fazêmo-lo hoje mesmo, e estamos aqui como em Lisboa na manifestação em defesa do ambiente com outros jovens.

Daqui queremos saudar os estudantes que lutam e vêm lutando. Damos, uma vez mais, o nosso contributo para unir e não afunilar, para apontar onde dói e não mascarar responsabilidades ou soluções. E tantos são os que hoje connosco afirmam que o Capitalismo não é verde.

Em defesa da igualdade, tomando iniciativa na luta contra todas as formas de discriminação. A juventude conta com a JCP no combate ao racismo, à xenofobia, às violências, e a todas as discriminações, nomeadamente das pessoas LGBT, para que todos possam viver plenamente livres.

Sabemos que o capitalismo não só é a raiz destas discriminações como as aproveita para dividir os trabalhadores, o povo e a juventude e, desta forma, acentuar a exploração. A luta pela igualdade e contra todas as formas de discriminação é parte integrante da luta contra a exploração e a política de direita, pela defesa da democracia e do progresso social. Tomemos iniciativa em defesa da nossa Constituição e dos valores de Abril, consagrando a igualdade na lei e efectivando-a em todas as esferas da vida.

É o que os jovens comunistas fazem todos os dias, mobilizando muitos outros, envolvendo-se e dinamizando o Movimento juvenil, nas suas dimensões formais e informais, promovendo abaixo-assinados, tribunas públicas, concentrações, fotoprotestos, pintura de faixas e murais e as acções mais diversas.

Assim como fazemos associando-nos à luta de milhões de jovens que são afectados por um rasto de guerra e terror perpetuado pela natureza agressiva e exploradora do capitalismo, e empenhando-nos no reforço da Federação Mundial da Juventude Democrática, com o seu compromisso na defesa da paz, da soberania e solidariedade entre os povos.

Camaradas, a história comprova que só com a luta é possível transformar a realidade e saímos desta Conferência com confiança e determinação para continuar a afirmar e reforçar a JCP, para tomar iniciativa em defesa do direito à habitação, à mobilidade, à saúde, à cultura, ao desporto, à igualdade, e pelos direitos das mulheres.

Muitos gostam de afirmar que os jovens estão conformados, mas sabemos que a juventude não se resigna. É nossa tarefa unir a juventude por uma vida melhor, garantindo que as suas preocupações e aspirações se traduzem numa luta justa.

Somos a JCP, a Juventude do PC, um partido com um património inigualável em defesa dos trabalhadores e do povo deste país, onde a juventude, ao lado dos trabalhadores, assume um papel central na transformação do sonho em realidade. E aqui estamos para tomar iniciativa, para defender os valores de Abril, para transformar o mundo, livrando-o da exploração do Homem pelo Homem.

Viva a luta da Juventude!
Viva a JCP!
Viva o Partido Comunista Português!

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