Intervenção de Sandra Pereira, Deputada do PCP no Parlamento Europeu , Conferência Nacional do PCP «Tomar a iniciativa. Reforçar o Partido. Responder às novas exigências»

A intervenção do PCP no Parlamento Europeu no País

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Camaradas,

Começo por saudar, em nome do colectivo do Parlamento Europeu, a Conferência Nacional.

A intervenção do PCP no âmbito do Parlamento Europeu norteia-se pela firme defesa dos direitos, dos interesses e das aspirações dos trabalhadores e do povo português, do progresso de Portugal, da soberania e independência nacionais, contribuindo para uma efectiva Europa de cooperação, progresso social e paz.

Trata-se de uma intervenção ímpar, caracterizada por uma profunda ligação à realidade nacional, aos problemas do povo e do País, à luta dos trabalhadores e das populações.

Uma intervenção que denuncia as imposições, condicionamentos e chantagens que a União Europeia e as suas políticas impõem a Portugal, comprometendo a necessária resposta aos problemas do País e o seu desenvolvimento.

Uma intervenção que dá voz às lutas dos trabalhadores e das populações; que defende melhores salários e condições de trabalho; o reforço dos serviços públicos; a promoção da produção nacional; a salvaguarda do ambiente; investimento público em políticas de habitação e transporte público; combate às desigualdades; outras políticas energéticas sob o controlo público.

Intervenção que desenvolvemos numa situação que é marcada pela degradação da situação económica e social, incluindo por via dos impactos e aproveitamentos da pandemia, da instigação da guerra e das sanções, com agravamento da exploração e das desigualdades, com o aumento da pobreza.

"Tomar a iniciativa, reforçar o Partido, responder às novas exigências" é o lema da nossa Conferência.

Imbuídos desta determinação, iniciámos, em Setembro, as Jornadas de Trabalho dos Deputados do PCP no Parlamento Europeu que, sob o lema "Contigo todos os dias - A tua Voz no Parlamento Europeu", percorrerão todos os distritos do País e as suas Regiões Autónomas até ao final de 2023.

Iniciativa que se tem demonstrado uma entusiasmante acção e apaixonante experiência, de contacto directo com os trabalhadores e as populações, construída com a activa participação das organizações do Partido – falar com os trabalhadores e as populações, conhecer melhor os seus problemas e aspirações, e intervir para a sua resolução e concretização.

A ausência de respostas sociais e de inclusão assinalada pelo Movimento Pais em Luta, em Braga; a enorme precariedade e exploração nas praças de jorna dos trabalhadores agrícolas no Peso da Régua, a falta de apoios aos pequenos pescadores em S. Miguel, são apenas alguns exemplos de diversificadas realidades com as quais contactámos, que pudemos conhecer porque estivemos lá, fomos ao seu encontro.

E quão importante é darmos a conhecer as nossas propostas, o nosso programa, as nossas ideias e ideais, a nossa palavra de confiança, intervindo onde as pessoas estão, demonstrando – pela nossa convicção, pela nossa alegria, pelo nosso exemplo – que não há "inevitabilidades", que os partidos "não são todos iguais", que o PCP é diferente, que há alternativa, que é necessário e possível um Portugal mais justo e melhor.

Camaradas,

Neste momento em que as televisões iludem o essencial e nas redes sociais se espalha ódio, os trabalhadores, os reformados e pensionistas, os jovens, vêem-se a braços com um gravoso aumento do custo de vida, com exorbitantes preços da alimentação, da energia, da habitação, com bens essenciais a "preço de ouro". "Sobe tudo, menos os salários e as pensões" é a frase que mais temos ouvido seja à porta de empresas, seja em feiras e mercados. É esta consciência e a injustiça que lhe subjaz que serão o cimento da tomada de consciência da necessidade de outra política que valorize o trabalho e os trabalhadores, defenda os direitos e os serviços públicos, que combata a especulação e taxe efectivamente os grupos económicos, que promova a paz e não a guerra; uma tomada de consciência que se traduz em luta e processos reivindicativos, como já temos encontrado em tantas empresas e localidades.

Esta tomada de consciência, camaradas, dá-nos ânimo e força, porque vai ao encontro e demonstra a justeza das razões porque lutamos; dá-nos ânimo e força para continuar o contacto com os trabalhadores e as populações, em cada dia, contando ou não com a presença dos deputados; dá-nos ânimo e força para continuar e ampliar o imenso trabalho de esclarecimento, de mobilização que temos pela frente.

E é esta a nossa voz no Parlamento Europeu! Os trabalhadores, o nosso povo – temo-lo afirmado – podem contar com o PCP. Podem contar connosco porque somos a força de quem vive do seu trabalho, porque somos a força da esperança, a força que não desiste e que luta por um Portugal melhor e com futuro.

Viva a Conferência Nacional!
Viva a Juventude Comunista Portuguesa!
Viva o Partido Comunista Português!

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