Intervenção de Ricardo Martins, Membro da Organização Regional do Algarve, Conferência Nacional do PCP «Tomar a iniciativa. Reforçar o Partido. Responder às novas exigências»

A intervenção do PCP no Algarve

Ver vídeo

''

Camaradas,

Em nome da Organização Regional do Algarve saúdo todo o colectivo partidário aqui presente. 

O Partido no Algarve esteve empenhado na preparação da nossa conferência nacional, tendo para isso realizado dezenas de reuniões preparatórias em todos os concelhos da região. 

Uma discussão que procurou fazer uma avaliação quanto às novas exigências com que estamos confrontados e, ao mesmo tempo, desenvolver as linhas de trabalho que nos foram propostas. 

O Algarve foi profundamente fustigado pelos impactos da epidemia e pelo aproveitamento que o capital dela fez. Diziam, que quando voltasse o turismo a normalidade iria regressar, e com ela o emprego e os salários, mas os  turistas já regressaram só que o trabalho com direitos continua ausente. Os grandes grupos hoteleiros continuam a gritar por mais apoios públicos e a vitimizarem-se com a falta de trabalhadores, mas são os baixos salários, a precariedade e a completa desregulação de horários que marcam a realidade, assente na exploração e no empobrecimento.

Camaradas, o preço dos bens e serviços essenciais não param de aumentar. A justificação já foi a pandemia agora é a guerra e as sanções. E a forma de responder à brutal perda de compra é o aumento dos salários. É a questão central para a melhoria das condições de vida e também para o próprio desenvolvimento da região.

É por isso que  daqui saudamos a luta dos trabalhadores da hotelaria e turismo, e que se tem desenvolvido no Amendoeira golf resort, no Vila Galé Cerro Alagoa, no Club Med da Balaia, no INATEL de Albufeira, ou Porto Bay Falésia, entre outros. 

Uma luta que se desenvolve também na garantia dos serviços públicos e das funções sociais do Estado. A luta das populações, organizadas nas suas comissões de utentes, como é o caso das populações em S. Bartolomeu de Messines, exigindo mais médicos e consultas, ou em Portimão, contra o encerramento dos serviços de obstetrícia e ginecologia no Hospital, e com uma grande acção de luta já convocada para o próximo 26 de Novembro pelas comissões de utentes do Barlavento Algarvio, contra o encerramento da maternidade, cujo serviço está debaixo de um feroz ataque, beneficiando os grupos privados de saúde que apostam, com a conivência do Governo, na degradação do SNS.

O direito à habitação está também no centro da nossa intervenção, numa região fortemente marcada pela especulação imobiliária e rendas altíssimas.. Situação que se agrava  particularmente em Faro, onde milhares de estudantes do ensino superior não têm lugar em residências estudantis. Associa-se a este problema as insuficiências na oferta de transportes públicos, com um comboio que demora quase três horas entre Vila Real de Santo António e Lagos e com uma oferta rodoviária controlada pelo Grupo Barraqueiro. Perante esta realidade, o Partido tem vindo a intervir com a realização de tribunas públicas, acções de propaganda, intervenção nas assembleias municipais e a mobilização das populações pelo direito à habitação e ao transporte. Com o impulso dado pela preparação da conferência nacional, iremos apresentar e desenvolver nos próximos meses uma campanha em  defesa da criação de um operador público regional rodoviário.

No Algarve também assistimos à degradação ambiental. Os incêndios como os do último verão, a poluição, a seca e o aproveitamento desta para impor o aumento do preço e a privatização da água têm vindo a suscitar a nossa intervenção. 

Nestas lutas, sabemos que não estamos sozinhos e estamos conscientes do papel que nos cabe no seu desenvolvimento , no reforço das organizações de massas, na convergência de democratas e patriotas. Uma organização que precisa e está empenhada no seu reforço com destaque para a 10ª Assembleia de Organização Regional, que se realizará a 10 de Dezembro, na escola de Hotelaria e Turismo em Faro.

Cientes das dificuldades que enfrentamos e da exigência que se coloca aos comunistas, temos dado passos no recrutamento e na responsabilização de novos quadros por tarefas concretas, respondendo às necessidades da organização, tornando-a mais forte para as lutas que temos pela frente.

Se pretendem uma região que seja sazonal, nós afirmamos que a nossa luta e nossa intervenção é para durar o ano inteiro.  

Todos os dias ao lado dos trabalhadores e das populações algarvias estão os comunistas, organizados no seu partido. Daqui afirmamos, com confiança, podem contar com o PCP! 

Viva o PCP!

  • Conferência Nacional do PCP 2022
  • Central