Camaradas, amigos,
Um país com melhores salários e carreiras valorizadas, em que o desenvolvimento integral das crianças é uma preocupação central, que encoraja os sonhos da juventude e em que se envelhece com dignidade. Um país com serviços públicos que garantem direitos a todos e em que a cultura é factor de realização e emancipação. Um país que potencia e protege os seus recursos e produz para responder às necessidades, que se organiza para garantir o direito à habitação e aposta nos transportes públicos. Um país que defende os valores de Abril, o regime democrático, os valores progressistas, a paz e o desarmamento, a solidariedade, a justiça social e a liberdade.
Não são só os comunistas que projectam um país assim, são milhões de portugueses. Gente preocupada com a vida e com o futuro, democratas e patriotas, que convergem com as nossas preocupações e diagnósticos quanto à situação que vivemos e que não se conforma que Portugal esteja condenado às injustiças e à dependência.
O contributo do PCP é imprescindível a um Portugal com futuro. Mas esse futuro constrói-se com a participação e o envolvimento dos trabalhadores, das classes e camadas antimonopolistas e de todos os que vivem os problemas, se indignam com eles e vêem as soluções possíveis negadas pelos interesses do grande capital.
O nosso papel é, sim, tomar a iniciativa. Dar o estímulo e a confiança de que tantos precisam para dar o primeiro passo para começar a protestar, a unir, a resolver, a encontrar caminhos. Proporcionar os contactos, as conversas, os espaços de convergência que façam das injustiças força para lutar.
É um trabalho que exige um apelo político mas também uma grande acção prática dos militantes e das organizações do Partido, na identificação dos problemas e dos que os sentem, no estímulo a que tomem nas suas mãos as soluções necessárias, no envolvimento daqueles que se destacam na vida colectiva. Um trabalho de formiga, de esclarecimento e construção, que é simultaneamente um trabalho de massas, audaz e confiante.
Um contacto que permite ao Partido conhecer e aprender muito sobre as mais diversas realidades, enriquecer a análise, a proposta e a acção em diversas áreas da nossa intervenção.
À volta de cada um de nós, em torno de cada organização do Partido, estão milhares de pessoas a precisar do contacto e do incentivo para se envolverem e serem protagonistas da acção por um país livre.
Desenvolver a ligação e o trabalho com outros democratas e patriotas não é uma linha mais na lista das tarefas. É um trabalho integrado, que se desenvolve para tomar a iniciativa pelo aumento dos salários, pelos direitos das crianças e dos pais, dos idosos, da juventude, em defesa dos serviços públicos, da cultura, da produção nacional, do ambiente, de questões locais ou do regime democrático. Uma ligação indispensável para intensificar a luta, fortalecer os movimentos de massas, alargar o número e a combatividade dos lutam por um Portugal com futuro.
Envolver outros na acção necessária ao país não é nada de estranho nem de novo na acção do Partido. É um estilo de trabalho de sempre, intrínseco ao nosso projecto, indispensável à sua concretização, a que precisamos de dar mais atenção. Nada impede, antes pelo contrário, que cada célula tenha uma lista dos colegas com quem se conversa sobre a situação da empresa, da localidade, do país, do mundo. Que ouvem e com quem aprendem, mas a quem fazem pensar duas vezes e esclarecem. Que convidam para a Festa do Avante! ou outras iniciativas do Partido, a quem enviam a proposta do Partido sobre este ou aquele tema, a quem propõem que apoie as candidaturas da CDU. A quem envolvem para garantir o carácter unitário das estruturas representativas dos trabalhadores.
A CDU, onde o PCP, com o Partido Ecologista “Os Verdes” e a Associação Intervenção Democrática – cujas delegações aqui presentes saudamos – convergem com milhares de pessoas sem filiação partidária, é espaço privilegiado de envolvimento e intervenção com outros democratas e patriotas, com quem importa manter contacto e estimular a participação.
Camaradas, amigos,
Responder aos problemas do país e às novas exigências com que estamos confrontados implica envolver na luta e na construção das respostas quem vive os problemas, quem reflecte sobre eles, quem identifica nos valores de Abril os elementos essenciais da sociedade a que aspiramos.
Elevar a força organizada dos que lutam é essencial para alterar a relação de forças existente na sociedade.
Viva o PCP!